quarta-feira, outubro 30, 2013

Ser Lou Reed por um dia

Existe um limite a partir do qual a cultura norte - americana deixa de fazer sentido. Longe dos tops, das listas de mais vendidos, afastada dos holofotes da ribalta, das multidões de seguidores, sem a perseguição de fãs imitadores, ou irritantes. O modo de criação surge, o gosto pelas artes é disperso e a vida privada é recatada, sem aparecimento público digno de registo, com exceção, numa qualquer atuação própria, ou em parceria artística. São os anti— heróis norte - americanos. Das mais variadas artes, com carreiras extraordinárias, com reconhecimento mundial, que convivem com a fama, vivendo longe dela, procurando ter espaço para criar, para produzir arte, sem a obrigação comercial inerente.
Um dos mais conhecidos artistas desta forma de estar americana, foi Lou Reed. Faleceu domingo de manhã, ironicamente, o título da sua mais bela música.
A carreira do músico foi revista por estes dias. Referências ao seu início musical, em especial, à fundação nos anos 60 dos Velvet Underground, uma banda mítica, inspiradora de correntes musicais nas décadas seguintes, provando ser o falecido músico um precursor na cena musical. A sua carreira a solo começou da melhor forma, em 1972 lança dois álbuns, um dos quais, “Transformer”, contém os 3 êxitos musicais, pelos quais Lou Reed é mais conhecido: Walk on the wild side, Satellite of love e Perfect day.
Os quarenta anos de carreira posteriores foram profícuos, com mais de vinte álbuns de estúdio. Uma edição regular, longe da ribalta, com exceção do encantador “New York”, um dos 20 melhores discos representativos da década de 80, segundo a insuspeita revista Rolling Stone.
Este foi o seu disco que mais me marcou. Comprei-o em 1989, poucas semanas depois da sua edição mundial. Ouvi o lado 1. Virei-o. Devo ter limpo o vinil, coloquei a agulha na posição correta. Tocou o lado 2. Não havia um refrão para trautear. Ouvi novamente os dois lados. Nada para fixar e no entanto, o conjunto era encantador. Tocou vezes sem conta no hi-fi familiar. Cheguei a emprestá-lo a amigos, para as reproduções em cassete, ou a gravá-lo para quem mo pedisse. Práticas bem balizadas no tempo, provavelmente não entendidas na era mediática atual. Com “New York” a minha noção da música norte-americana redefiniu-se e comecei a ser consumidor seletivo de outras produções artísticas daquele país, com todo o preconceito cultural inerente.
O fascínio de Lou Reed, ao longo destes anos, pode-se resumir no seu feitio difícil, excêntrico. Pode ser mencionada a sua rebeldia, o seu não alinhamento cultural. O ser esquisito ou estranho, como foi catalogado. Será recordado, é certo, como um excelente músico.
Emir Kusturica, realizador… vá lá… Sérvio, a propósito do título do seu filme Underground, explicava a alegoria dos seres que viveram 30 anos em subterrâneos Jugoslavos, sem saber que a 2ª Guerra Mundial tinha terminado. Para vincar a ideia refere que, também Lou Reed viveu sempre “underground”, uma referência à sua origem musical e obviamente à sua forma de estar.  
Lou Reed cantou pelo respeito pelas diferenças, escreveu pela indiferença à realidade, pela irreverência ao quotidiano burguês, pela necessidade de expressão da clandestinidade urbana e conseguiu na sua longínqua carreira, ser admirado por ser sempre fiel a si próprio, vivendo à margem do sucesso.    
 
(a publicar no dia 31/10/13)

quarta-feira, outubro 23, 2013

A necessidade

                As eleições autárquicas do dia 29 de Setembro foram o culminar do processo de reorganização administrativo do território das freguesias.
                Suportada na lei n.º 11 / A de 2013, publicada em 28 de Janeiro, a agregação de freguesias foi sancionada pela população de forma pacífica e ordeira.
                É necessário recordar que em 2012, quando foi publicada a lei n.º 22, a 30 de Maio, seguiram-se manifestações, em vários pontos do país, contestando-a, além de um mega encontro de protesto na capital do país, em que vários indignados juravam que jamais a reorganização seria aceite pela generalidade da população. Recorreu-se a providências cautelares e vários presidentes de junta de freguesia prometeram organizar boicotes às sucessivas eleições.
                Um ano depois, não foi isso que se viu.
                Na união de freguesias, entendido o conceito, as estruturas partidárias organizaram as suas listas, tendo o cuidado de indicar nomes de candidatos provenientes das várias freguesias e com normalidade o assunto foi esquecido.
Em alguns casos, apesar da união de freguesias, houve partidos que apresentaram os candidatos às freguesias, como se as mesmas não estivessem unidas, tentando contornar algum descontentamento… certamente de algum candidato.
                No dia das eleições, esperava ouvir falar em boicotes e fiquei surpreendido pelo pouco número dessas ocorrências. Pelo que me apercebi, apenas uma freguesia da Covilhã, agregada numa outra, promoveu o boicote. Em Ourondo, a população entendeu não votar, protestando pela não inclusão de qualquer habitante da localidade, nas listas partidárias candidatas na União com Casegas. Na semana seguinte, a eleição repetiu-se. Votaram 10 eleitores. Só um voto foi válido. Fosse qual fosse a adesão e o número de votos, o resultado final não seria alterado, devido à diferença populacional entre as duas freguesias.
                Os próximos meses e anos serão decisivos para se perceber o funcionamento dos novos territórios das freguesias. A distribuição de serviços pelo novo território, a boa utilização das estruturas físicas e dos recursos humanos disponíveis, permitirão verificar se a proximidade à população estará garantida e então veremos, se os eleitos foram capazes de contornar uma lei, que demonstra reversas sobre a capacidade organizativa da administração local do nosso país. 
                Infelizmente continuam a existir concelhos com pouco mais de 2.500 habitantes – número utilizado para definir a necessidade de agregar freguesias. São apenas 4. No entanto, existem 37 concelhos com menos do que 5.000 indivíduos, valor pretendido para a agregação de freguesias. Os números, da distribuição da população pelo território autárquico, identificam 115 concelhos, ou seja, um terço do total de autarquias do país, com menos de 10.000 habitantes. A maioria deles situa-se no interior do país.
                  Perante estes dados, atendendo à continuada crise financeira do país, seria de promover a redução do número de autarquias, através de uma eficiente reorganização da administração local, utilizando-se uma fórmula semelhante à da agregação das freguesias. Pelo passado recente, percebe-se que a população aceitará essa reorganização e compreenderá tal necessidade, se isto se efetivar numa redução da despesa do Estado. A contestação será orquestrada pelos agentes da política mas, tal como se viu na questão das freguesias, tudo será aceite, quando as listas partidárias para as candidaturas autárquicas estiverem a ser elaboradas.             
 
(a publicar no dia 24/10/13)
 

quarta-feira, outubro 16, 2013

Segunda Geração

                Subo à Torre da Oliva, para assistir ao decorrer do Torneio de Xadrez da Associação Estamos Juntos. Enquanto venço os degraus, apercebo-me da grandiosidade do local e penso na relação do espaço físico com o jogo de xadrez.

Um torneio numa torre, um torneio numa peça de xadrez, um torneio num dos símbolos da cidade.

O xadrez é composto por figuras medievais desde há alguns séculos: Reis e Damas, clero, cavaleiros nobres, os castelos e suas torres, mais os numerosos peões, a sempre necessária infantaria. As torres a definirem os contornos do tabuleiro, a limitarem a batalha, a serem agora o espaço para os jogos, para o Torneio.

Ao entrar na sala do Torneio, na qual se alinham três longas filas de mesas, verifico a enorme capacidade instalada. Percorro o piso, vejo mais uma antecâmara adjacente e ainda mais um salão, com iguais dimensões à primeira. Começo a olhar para os intervenientes, os jogadores de xadrez, à procura de caras conhecidas, quase quinze anos depois do último torneio jogado. A custo identifico-os, sem me lembrar do nome. Verifico a mesa correspondente onde se senta cada um dos rostos identificados e recorro à tabela de emparceiramento afixada na entrada. Atualizada a memória, cumprimento pelo nome os conhecidos, que circulam pelo hall, compreendendo a sua dificuldade em se lembrarem de uma cara, esquecida num torneio de há década e meia.  

                As instalações impressionam pela qualidade. É a opinião recolhida. Expressa por mais dois espaços, onde estão montados tabuleiros para uso extra torneio, além de mesas onde cada um usa o seu portátil, os pais esperam os filhos, ou os mais novos se dedicam aos trabalhos escolares de fim-de-semana.

                As conversas entre jogadores pouco mudaram – nos intervalos, ou nas pausas, fala-se de jogos, de posições das peças nos tabuleiros, para a qual a capacidade descritiva é suportada nas coordenadas do tabuleiro; revê-se lances e alternativas, tudo sem as peças à frente. A capacidade de cálculo a exacerbar-se. 

                Vivo o momento.

                Revejo os passos dados pela secção para se chegar ao presente. A década de 90 comigo, os quinze anos seguintes, até ao presente, com o Albino Faria. Passos sequenciais, pequenos, com avanços e recuos, sempre com o mesmo objetivo desinteressado de servir a modalidade, permitindo o acesso a todos os interessados.

                A Associação Estamos Juntos é hoje um notável clube de xadrez. Organiza torneios acolhedores, tem um prestígio competitivo apreciável, figurando na segunda divisão nacional, podendo sempre espreitar a primeira, como aconteceu há duas épocas. Desperta simpatia, pois são os jogadores que escolhem jogar pelas suas cores, como é o caso do próprio presidente da Federação Portuguesa de Xadrez, Francisco Castro, que se prepara para continuar a praticar a modalidade pela AEJ, por mais uma época. Além destes fatores, a AEJ continua a apostar na formação dos seus jovens jogadores. Tem escola montada, ensina os seus jogadores e conseguiu, na época que agora terminou, excelentes resultados, como o campeonato nacional de sub-18 em partidas semi rápidas, conquistado pelo Cláudio Sá. Este mesmo jogador confirmou o seu estatuto, ao terminar o nacional de partidas lentas, do mesmo escalão, em 5º. De igual modo, Rodrigo Ribeiro ao tornar-se vice-campeão nacional de sub-08, alcançou a mais brilhante classificação em provas lentas de um jogador deste clube. Estes dois jovens são filhos de jogadores que ingressaram na AEJ nos princípios da década de 90.

                Para mim, ver a atividade do xadrez da AEJ, é gratificante. Tal como ouvir o presidente da Federação Portuguesa de Xadrez a projetar a organização de futuros Campeonatos Nacionais, para a Torre da Oliva, ou seja, uma recuperação de uma faceta da AEJ na década de 90, sendo também uma tradição de S. João da Madeira, já que em 1978, o Clube de Campismo organizou o Campeonato Nacional Absoluto, de tão boa memória.

 

(a publicar no dia 17/10/2013)

quarta-feira, outubro 09, 2013

Cucujães

                Durante o sono, recebo visitas inesperadas.
                Acordo sobressaltado, sinto o rápido bater do coração, abro os olhos, situo-me na escuridão e ponho-me a rever o sonho.
                Das primeiras vezes, procurava uma sombra. Duvidava das minhas certezas. No entanto, com o tempo fui ficando tranquilo, deixei de considerar estas aparições pesadelos e após umas horas de insónia, voltava a dormir.
As visitas trazem-me memórias pessoais. Momentos vividos com familiares, amigos e colegas de trabalho, reavivados durante o sono profundo.
Uma tia que ainda me sorri, outra que me fala das lágrimas derramadas ao ler um texto meu, sobre a sua casa de infância, a dos meus avós maternos. Tudo tão presente que parece ter sido vivido nesse dia.
O irmão mais velho do meu pai insistiu, algumas noites intervaladas, com as virtudes de Churchill.
Uma chefe de equipa, de uma fábrica de componentes de automóveis, esperava pelo programa de produção, ou por saber o seu posto de trabalho, já que a morte prematura, não lhe permitiu conhecer as alterações introduzidas nesse ano na empresa.
Por estes dias, do atual emprego, uma colaboradora falecida num trágico fim-de-semana, surgiu sempre silenciosa a executar as suas tarefas. Uma confusão de imagens. E de consciência.
Ainda insiro moeda numa jukebox manhosa, no 2.000 - na antiga casa de máquinas que em tempos funcionou ao lado do edifício do parque América - selecionando uma música dos Men at work, esperando pelo Paulo Lisboa.
Desde há muitos anos, vou várias noites ao antiquíssimo Pé de Salsa, do tempo em que era num só piso, com duas alas e ali me encontro com o meu amigo Marcos.
Histórias mal resolvidas. A satisfação do prolongar da memória. Uma continuação da amizade.
Uma cigana colou-se a mim em Coimbra. Leu-me a sina. Eu sereno com todas as afirmações ou provocações. Lá pelo meio da lenga - lenga, surgiram os meus mortos, havendo um que me protege.
Sorri-lhe.
Rumo quando necessito a Cucujães. Não tem periodicidade certa. O motivo é espiritual. Vou sozinho. Estaciono o carro do lado da gráfica das Missões. Atravesso a estrada. Observo a banca de venda de velas, ainda distante do dia dos finados. Dirijo-me ao portão mais a norte do cemitério. Atravesso-o, olhando para nascente. Algumas mulheres limpam e enfeitam as campas, com afinco. Nem lhes vejo as caras. Olho para a paisagem, antes de virar à direita. Pelas ruelas cimentadas e asseadas, chego à campa pretendida.
Verifico que apenas está lá uma placa, cujo nome identifico como antepassado do meu amigo. Ali, espero não encontrar o nome de quem partilhou comigo as brincadeiras de infância, as tontarias da adolescência. Ali, parado, com os olhos humidificados, faço a viva voz uma salvação e permaneço o resto do tempo calado.
Saio de Cucujães, com a certeza de que a conversa seguirá numa destas noites, no Pé de Salsa dos anos 80.
 
(a publicar no dia 10/10/2013)

quarta-feira, outubro 02, 2013

Sob o signo dos independentes

Existem várias formas de analisar os resultados numas eleições autárquicas:

a)      Pela tendência de voto nacional, olhando-se para o maior número de câmaras municipais conquistadas por um determinado partido - chamando-se ao efeito onda, colorida conforme a cor do partido dominante na eleição.

b)      Pela tendência de voto regional, existindo zonas geográficas com um grande número de câmaras conquistadas sucessivamente pelo mesmo partido.

c)       Por outros motivos externos à eleição, como absentismo, votos nulos e brancos.

d)      Pela diferença de votos nos vários órgãos autárquicos.

e)      Pelos votos conquistados nas várias urnas.

 

Qualquer análise é plausível para justificar as tendências de votos, adaptando-se ou não, ao real resultado dumas eleições.

Se verificarmos os resultados em S. João da Madeira, não podemos falar em onda rosa, como se evidenciou no país, nem em vitória regional do PSD, pois no Entre Douro e Vouga, Arouca foi ganha pelo PS e Vale de Cambra, pelo CDS-PP.

Outros fatores externos: apesar do valor elevado de abstenção em SJM, de 50,7%, superior à média nacional, que foi 47,4%, ou seja uma diferença de 3,3%, que é um valor mais ou menos equivalente à percentagem que separou o PSD e PS na eleição da Câmara Municipal, não se pode chegar a qualquer conclusão, por não sabermos qual a intenção de voto destes absentistas.

 Ao verificarmos a diferença de votos entre os vários partidos ou movimentos, na eleição para a Câmara Municipal e para a Assembleia Municipal de S. João da Madeira, temos os seguintes valores: PSD + 334 votos; PS + 75 votos; AD SJM + 27 votos; CDU – 173 votos; CDS/PP – 89 votos; BE – 105 votos. Diferenças a demonstrar que o candidato do PSD foi buscar os seus votos de vitória aos partidos que não elegeram vereadores.

Um voto disperso por órgão autárquico, uma forma democrática dos eleitores demonstrarem o seu (des)agrado aos vários partidos, ou pelo contrário, um sentido de voto a premiar o melhor candidato?

A fazer fé na sondagem do labor, editada na semana passada, os eleitores confirmaram a sua preferência, pois o estudo indicava que entre os dois candidatos, melhor posicionados para a vitória, Ricardo Figueiredo tinha a preferência dos auscultados.

Poder-se-ia ainda analisar os votos conseguidos em cada mesa, verificar se existe uma tendência de votos nos eleitores mais antigos na cidade e outra na juventude, ou nos eleitores recentemente recenseados. Confesso que ao seguir a emissão da rádio local, fiquei com essa ideia, no entanto, não consegui verificar tais resultados, por isso, não posso apresentar tais conclusões. Provavelmente na presente edição do labor, serão publicados os resultados parciais e assim, será possível intuir o que significa o somatório de votos de cada urna.

Ricardo Figueiredo saiu vencedor da noite de domingo. Não venceu sozinho, no entanto, encontrou um PSD demasiado confiante na vitória, provavelmente encantado pelos valores apresentados na sondagem de Agosto, o que lhe causou dissabores, ao perder maioria e freguesia. Os próximos tempos, atendendo à composição do executivo, serão de negociação democrática, na qual o perfil empresarial do presidente eleito poderá ser decisivo para a eficácia do seu mandato e consequente melhoria da cidade.

Luís Miguel Ferreira perdeu-se. A fragilidade do adversário, ao assumir os erros da gestão do seu antecessor em matérias como a Praça ou das rendas sociais, não foi aproveitada de forma assertiva. O discurso rondou sempre a politiquice, pouco cativante para 334 eleitores e há rótulos que são difíceis de mudar. No entanto, a concelhia do PS apresentou-se nestas eleições em grande forma, com mobilização interna e o resultado foi melhor do que há quatro anos, aumentando a votação em mais 500 votos, o que é significativo.

Jorge Lima foi outro dos vencedores da noite. Confesso que sempre fui cético relativamente a esta candidatura. Só quando as 1200 assinaturas recolhidas foram aceites pelo tribunal, é que passei a respeitar a vontade deste conterrâneo. Depois seguiu-se a campanha e os números que iam surgindo previam a eleição de um vereador. Como não conheço muitas pessoas e influenciado por relato de amigos conservadores, possíveis eleitores votantes em Jorge Lima, até previ um excelente resultado, com a eleição de um segundo vereador, suportado por uma hipotética sondagem que não vi, nem sei se chegou a existir.

Por fim, a terceira vencedora da noite. A independente Helena Couto venceu, pelo PS, a Junta de Freguesia. Um resultado extraordinário, premiando quem fez campanha para o órgão, apresentando ideias e programa eleitoral próprios. Antevejo um mandato de reforço e de redefinição das competências da Junta de Freguesia, algo que é reclamado há muito, assim como a dotação financeira, estabelecida na lei, essencial para o cumprimento do orçamento. A realização de um bom mandato, poderá projetá-la para outras lutas em 2017, a bem da cidade e da dita igualdade.       

 

(a publicar no dia 03/10/13)