A informação disponibilizada, acerca da redução do passivo da Câmara Municipal de S. João da Madeira, para um valor abaixo dos 10 Milhões de euros, permitiu compreender-se o propósito do seu Presidente, para o presente mandato.
A redução do passivo, nos últimos dois anos, situa-se num valor próximo de 5 milhões de Euros. Obviamente que um esforço financeiro deste género, obriga a dificuldades de tesouraria, sobretudo de liquidez, conforme foi divulgado quando debatida a necessidade de um empréstimo, a vencer no final do presente ano.
Perante os valores anuais de redução do passivo, verifica-se ser plausível que, em 2018 o passivo municipal seja residual, conforme o argumento do executivo municipal em Setembro de 2014, quando se discutia o projeto da nova piscina municipal.
A cartilha de independente, exercício do poder com grande rigor nos gastos do dinheiro municipal, tem sido bem aplicada por Ricardo Figueiredo.
Não esquecendo o partido pelo qual foi eleito, que durante anos apregoou “as boas contas”, arrisco-me a afirmar que o atual Presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira tem sido mais audaz em matéria de contas. Especialmente porque tem evitado o desperdício que caracteriza a política portuguesa.
É bom recordar que, durante a década passada, foram investidas verbas municipais na promoção da Volta a Portugal em bicicleta, numas vistosas decorações de Natal, na criação de uma plataforma de transportes, com inadaptação de um vaivém e gastos excessivos numa pala, mais uma porta a poente de acesso ao centro coordenador de transportes para permanecer encerrada… Não esquecendo edifícios reabilitados sem destino definido. Tudo somado, desperdiçaram-se nesses anos perto de 2,5 Milhões de euros.
Hoje tudo mudou.
Estamos numa nova era de gestão municipal.
Entre dois quadros comunitários, é importante referir, caracterizados em Portugal por verbas entregues com um desfasamento de dois anos. É normal que, estes dois próximos anos sejam de não investimento, pela ausência de projetos co-financiados. Tudo será adiado para 2017.
Por isso, nada melhor do que colocar as contas mais do que certas.
Arrisco a criar um postulado para estes dias.
Quem ainda está preso nas “boas contas” é a oposição municipal.
Na procura da demonstração de erros nas contas do PSD, têm-se sucedido vários episódios. Apura-se 5.000 euros a associações, mais 65.000 euros dos livros escolares e esquecem-se que a dívida total diminuiu mais de 3 Milhões. Isto depois de estarem seis meses à espera de encontrar um buraco de 45 a 60 Milhões, jamais provados.
Com isto perde-se a credibilidade na argumentação.
A menos que se esteja a auto-formular um paradoxo, ajudando a comprovar as contas defendidas por outros.
Podia ser um estudo sério, contudo, arriscam-se a que ninguém os leve a sério.
(a publicar no dia 29/01/14)