Foi necessário esperar pelo mês de Agosto, para finalmente se ficar a conhecer a totalidade dos candidatos às eleições autárquicas, do próximo dia 1 de Outubro.
Entre surpresas pela positiva, com o ingresso de novas caras entre os candidatos e a estupefação, pela saída de nomes consagrados da política local, os demais partidos ou coligações optaram claramente por uma maior renovação das suas listas, nos mais variados órgãos. Sendo certo que há recandidatos e alguns a encabeçar determinadas listas.
Existem dois fatores a destacar nas listas dos partidos com mais hipótese de vencer, segundo a sondagem publicada pelo semanário “O Regional” no dia 27/07.
Em primeiro lugar, a semelhante idade dos candidatos à presidência da Câmara Municipal de S. João da Madeira, ambos na casa dos quarenta anos. O que é um sinal de renovação e uma aposta no futuro, seguindo o princípio de que a experiência vai-se acumulando no exercício do cargo. Contudo, atendendo à sua idade, estes candidatos sofrem da desconfiança da população.
O aumento da esperança de vida tornou a população mais envelhecida, havendo uma grande percentagem de habitantes na casa dos 50, 60, 70 e 80 anos ainda ativos e com vontade de exercer o seu direito ao voto. Perante candidatos mais novos, desencadeia-se uma certa dúvida acerca das suas aptidões políticas. Porém, contraria-se as incertezas com o vasto currículo político dos candidatos. Sobrando, apesar de tudo, um sentimento paternalista dos eleitores mais velhos, estando sempre prontos a dar conselhos aos candidatos, mais novos.
O outro destaque vai para a composição das listas para o executivo municipal. O PS com uma aposta clara e corajosa em independentes, atribuindo lugares elegíveis a duas mulheres, o que reforça o esforço pela igualdade de género daquele partido. A este equilíbrio, a coligação PSD / CDS-PP respondeu com maestria. Primeiro recuperou mais dois dos vereadores que acompanharam os primeiros mandatos de Castro Almeida, reforçando a ideia da aposta em experiencia autárquica. Além disso, contemplou o parceiro mais pequeno da coligação com um lugar destacado, o que não só, é um reforço político, atendendo à experiência de João Pinho de Almeida, como também a tentativa de fixar o voto de direita nesta coligação.
E este é um ponto fulcral na eleição deste ano: a ausência do movimento independente.
Depois do surpreendente resultado de 2013, com a eleição de um vereador, o eleitorado penalizou esta força política, nas eleições intercalares de 24 de Janeiro de 2016, esvaziando-a nas urnas. Saber como vão reagir os 6,5% de eleitores no presente ano, é um dos desafios para os partidos. Para já, atendendo à matriz conservadora associada ao movimento independente S. João da Madeira Sempre, a coligação, pelo 3º lugar atribuído ao CDS conforme atrás mencionado, alarga mais os seus limites eleitorais e pode vir a recolher dividendos políticos para a obtenção de uma maioria tranquila.
Perante tudo isto, ultrapassado os atribulados convites, a apresentação de candidatos que afinal eram mandatários, chegamos a Setembro com tudo definido e em tempo de apresentação de propostas eleitorais.
Olhando para o calendário, verificamos que apenas falta um mês, para se saber quem será o vencedor das eleições autárquicas de S. João da Madeira.
As eleições deste ano, entre a apresentação de candidatos e a contagem de votos, ficarão resolvidas em seis meses, o que pode parecer curto. Ou antes pelo contrário, poderá ser o tempo ideal para um período eleitoral.
(a publicar no dia 31/08/17)