Na semana passada, na edição do semanário O regional, o colunista Adé, com o seu sentido de humor, evidenciou o demasiado tempo de entrega que os jornais locais demoram a chegar a casa dos seus assinantes. Como morador no concelho de Ovar, também eu desespero para receber os jornais de São João da Madeira. O labor nem sempre me é entregue à quinta-feira. Nas últimas duas semanas, uma edição foi recebida na terça-feira seguinte e o número anterior, na quarta-feira, ou seja, quase uma semana depois do dia habitual de edição. Ao associar-me a este protesto, apenas quero ressalvar que, muitas vezes, há edições que não consigo ler na integra e ao preparar o texto a publicar há factos que me escapam. Assim aconteceu com os protestos em forma de petição, sobre o abate de árvores na Praça Luís Ribeiro. Ao ler na edição da semana passada, que a petição tinha sido anunciada na semana anterior, percebi que afinal já havia protestos à volta das obras da Praça, que eu efetivamente desconhecia e que por isso, não os mencionei.
Sinal da mudança dos tempos, nos dias de hoje, as obras que causam polémicas são objeto de protesto, nas mais variadas formas. Sinceramente, não percebo o abate das árvores existentes na Praça, para em seu lugar plantar outras. Provavelmente, as novas serão pequenas, não permitirão às pessoas usufruir das suas sombras e algumas não vingarão, o que implicará mais uns anos até obterem o crescimento idêntico ao que ali existia e ficarem de porte semelhante. Recordo sempre que em 1997, quando visitei as obras do futuro Parque das Nações, quando Lisboa estava entusiasmada na edificação da Expo 98, no imenso estaleiro era possível observar as palmeiras, já plantadas e de enorme estatura. Para emendar o erro da Praça (não tem outro nome) e para sossegar a população, aconselho o mesmo procedimento: plantar já as novas árvores - permitindo o seu enquadramento definitivo e a possibilidade de antecipar a tonalidade verde para o centro, conferindo à zona todas as vantagens inerentes de uma plantação digna de referencia e de visita.
Alguns comerciantes da cidade, sobretudo bares, durante o tempo de confinamento, procuraram antecipar receitas, vendendo por antecipação um crédito futuro. Com seguro e com apoio de marcas nacionais, estes comerciantes fidelizaram clientes e conseguiram obter alguma liquidez para o futuro. A solidariedade dos clientes será importante para o negócio, no imediato. O cativar será importante no curto prazo, para assegurar a sobrevivência empresarial. No entanto, só com o esforço dos clientes, com a sua capacidade em dispor de dinheiro para o comércio, é que haverá possibilidade de prosperar o negócio. É de louvar a dinâmica empresarial e esperar que os clientes ajudem.
Não são só os comerciantes que precisam de apoio. Os diversos serviços e mesmo as associações desportivas locais estão a precisar de recuperar os seus indefetíveis e não só. Neste sentido, com as modalidades de pavilhão, piscinas e ginásios encerrados, com permissões para utilizar campos ao ar livre, existe a possibilidade de voltar a praticar desportos coletivos ou até individuais, como o ténis. Com a demais população a precisar de exercitar-se, para além da corrida ou caminhada individual, a possibilidade de competir é sempre atrativa. O aluguer de campos, ou mesmo pacotes de aulas de reciclagem, para diversas idades são soluções a precisar de serem postas em prática, pelas associações para disponibilizarem serviços adaptados a estes novos tempos e promoverem a boa forma física dos habitantes da cidade.
Existe todo o interesse, em cumprindo as normas da Direção Geral de Saúde, voltar à normalidade, aproveitando para recuperar o pulsar da cidade, apoiando os empresários instalados na cidade e as associações desportivas, numa ótica de cooperação, que permita recuperar o conceito de comunidade.
(a publicar no dia 21/05)