A história da família do lado materno foi buscar as memórias do primeiro encontro entre os dois clubes. Nos anos sessenta, na primeira aventura deste clube do concelho vizinho na 1ª Divisão, o bisavô dos meus filhos era seu presidente.
Na tarde do jogo, já depois deste ter acabado, ao verificar o resultado do jogo, no portal informativo adequado, confrontei o meu filho com a eliminação do Feirense. A reacção foi: Fixe!!! O Benfica ganhou, fixe!
Poderia analisar a expressão pelo lado do resultado raro para os lados de Lisboa, no entanto, o que me interessa narrar, não tem relação com esse assunto.
Nem os laços familiares, nem a proximidade modificaram a simpatia clubista do rapaz.
Nada.
Indiferente a tudo isso, congratulou-se com a vitória da equipa distante.
Em pequeno sempre desejei que houvesse um jogo de futebol entre a Sanjoanense e o Benfica.
A minha faceta enquanto adepto começou cedo. Aos sete anos já corria para a Rua Benjamim Araújo para assistir aos jogos de Basquetebol dos meus irmãos mais velhos, nas camadas jovens da ADS. Com o avançar da idade, fui seguindo as várias equipas da modalidade.
A ascendência qualitativa das equipas principais de Hóquei em Patins e de Andebol, juntamente com a modalidade predilecta também despertaram o meu interesse. Na minha adolescência, presenciei vários momentos de exultação colectiva no Pavilhão. A alegria exacerbada dentro e fora do campo.
O futebol era acompanhado à distância. No estádio, de forma mais esporádica, um jogo de vez em quando. Em miúdo quase sempre acompanhado pelo meu pai, que me protegia os ouvidos da má criação verbal, escolhendo sempre os mais isolados lugares da bancada. Era na imprensa que seguia semana após semana, os campeonatos anuais da Sanjoanense. Hábito que conservo ao longo destes últimos trinta anos. Todas as segundas – feiras, no periódico procuro sempre os resultados semanais da Sanjoanense, vejo a classificação, comparo com a concorrência e teço comentários momentâneos.
Actualmente não vou ao estádio Conde Dias Garcia, nem a qualquer pavilhão. Sendo sócio (com o n.º 1019), a minha contribuição resume-se à quotização anual. Aprecio a aposta na formação desportiva, alargada ao desporto feminino e tudo isto, sem abdicar das equipas seniores nas várias modalidades colectivas de sempre.
O maior feito da ADS foi chegar aos 84 anos, como está.
O seu contributo para o eclectismo (é a minha palavra desportiva preferida) do concelho é notável. Tornando S. João da Madeira um dos raros locais no nosso país, onde é possível praticar e competir em desportos colectivos, em qualquer idade e género.
O esforço dos seus dirigentes e funcionários, para a modernização e adaptação aos novos tempos, tem-se traduzido por uma melhoria significativa das condições à disposição dos seus treinadores e atletas.
A comunidade reconhece esse esforço. Nos últimos anos, a própria autarquia reformulou o ultrapassado campo de jogos e criou o Centro de Formação Desportiva, dotando-o com excelentes condições para a prática de futebol. O restauro do pavilhão dos desportos, por imperativos vários, foi outra obra finalizada.
Já a relva do estádio Conde Dias Garcia continua à espera de ser substituída...
Em tempo de aniversário, a festejar no próximo dia 25, é tempo de voltar a reivindicar antigos desejos.
Não se compreende como o assunto ficou esquecido tanto tempo. Se em 2004, todos estavam dispostos a comparticipar, está na altura de solicitar uma ajuda mais efectiva neste sentido.