No passado domingo, os resultados eleitorais das eleições autárquicas em S. João da Madeira seguiram a tendência nacional da bipolarização partidária.
Antes do dia 31 de Julho já havia dois tipos de candidaturas partidárias. CDS-PP, CDU e BE apresentaram os seus cabeças de lista aos respectivos órgãos autárquicos antes de férias, sobretudo, antes da paragem para descanso das redacções dos jornais locais. Por seu lado, PS e PSD preferiram manter os eleitores em dúvida, divulgando apenas o candidato à Câmara Municipal, até aquela data.
Estas estratégias tiveram consequências ao nível da homogeneidade dos resultados. Nas três eleições desta semana, a variação dos partidos menos votados oscilou pouco, conforme se pode ver de seguida, apresentando-se os valores pela importância do órgão autárquico: BE – 2,66%, 4,32%, 4,21%; CDU – 5,76%, 6,29%, 6,61%; CDS-PP - 7,15%, 8,13%, 8,52%; Por força política, o intervalo de variação foi de 1,5 a 1,8%, com tendência para ir aumentando à medida que o grau da eleição diminuía (com a excepção do BE, que ao assumir como objectivo a eleição de um deputado municipal, condicionou o seu resultado).
Nos partidos ditos da bipolarização houve resultados diferentes. PS acompanhou os partidos anteriores com o número de votos a aumentar por eleição de órgão autárquico, tendo um intervalo de variação de 3,9%, ou seja, 26,39/%; 30,12%; 30,3%, respectivamente para Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia. Por seu lado, o PSD teve uma intenção de voto diferente: 55,95%, 48,74%, 47,63%; o que significa um intervalo de variação de 8,3%, em sentido contrário ao dos restantes partidos.
As consequências práticas da diminuição do número de votos do PSD para os órgãos autárquicos não executivos não são nenhumas. A estratégia delineada por Castro Almeida funcionou plenamente. Mesmo a aposta, inerente na exposição do candidato relativamente ao restante partido teve algum significado no número de votos obtidos, só que os 1.000 votos a menos para as eleições das Assembleias, foram ainda suficientes para manter as maiorias nesses órgãos autárquicos eleitos.
Do lado do PS, ao ousar concorrer às eleições autárquicas, utilizando a mesma estratégia do PSD, uma candidatura centrada no cabeça de lista à Câmara Municipal, correram-se riscos demasiado grandes. O primeiro seria a comparação do perfil de Pedro Nuno Santos com o de Castro Almeida. Obviamente, ponderando-se a experiência individual na política nacional e o currículo de cada um na política local.
Sendo certo que os resultados finais de ambas as forças são extremamente elucidativos, convém não esquecer a tal variação de 3,9% de votos, para cada órgão autárquico. Os eleitores do PS penalizaram, ou não entenderam, a estratégia montada por Pedro Nuno Santos. Para a Câmara Municipal, o PS teve quase menos 500 votos do que na eleição para a Assembleia Municipal. O mesmo acontecendo para a da Assembleia de Freguesia.
Considerando que o PS conquistou mais um vereador, igualando neste capítulo resultados obtidos em 1989, 1993, 1997 e superando os desaires de 2001 e 2005, digamos que foi cumprido o serviço mínimo.
Comparando com 2005, o PS aumenta a sua votação. Conseguiu captar mais alguns dos votos dos seus simpatizantes, sobretudo, dos eleitores do concelho que votam neste partido nas eleições legislativas e quando se esperava que, o apelo de comiseração inerente pelo resultado da sondagem publicada no labor, tivesse como consequência uma maior votação na aposta feita pelo partido, o escrutínio colorido das urnas veio apurar o contrário.
Prevaleceu o voto de honra.
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