quarta-feira, novembro 19, 2014

A divisão

                Na 6ª-feira passada, o labor informava, na sua página da internet, que o PS estava dividido, já que apareceram duas listas para o congresso nacional, que se realiza no final da próxima semana.

                Este desfecho era esperado.

Ao recusar os três milhões, oferecidos pelos fundo comunitários, votando contra a sua aplicação na construção da piscina, o PS colocou-se a jeito de ouvir críticas e de sentir o odioso da população.

No final deste processo, com mais de três anos, S. João da Madeira continuará com uma Piscina sobrelotada de 25 metros. Continuará sem o adequado tanque de adaptação ao meio aquático para crianças. Continuará sem corredor de 50 metros para a equipa de competição da AEJ. Continuará com o período nobre, correspondente às duas horas antes de jantar, as mais procuradas para ensino de natação, a terem mais procura do que capacidade de oferta. Continuará com uma piscina com ineficiência energética, com sobrecustos de exploração devido a processos de aquecimento de água obsoletos.

Tudo isto pesou na ponderação da votação. A justificação para o voto contra, apenas contemplou uns hipotéticos fundos comunitários para melhorar a eficiência energética. A que custo para a autarquia? Não ficamos a saber. Provavelmente são contas que por agora não interessavam apresentar. Contudo, o mais importante seria perceber, como justificar a aceitação, por mais uns largos anos, da sobreocupação da piscina?

No imediato de forma alguma. No entanto, ficamos a perceber numa autoentrevista do líder da concelhia do PS, que no futuro deve-se construir uma piscina. A que preço? Com que financiamento? Foram as questões que não vimos respondidas.

É certo que o PS, verificando que o financiamento ficava aquém do previsto, por apenas 12,5%, ou seja, pouco mais de 540 mil euros, tratou de encontrar verbas referentes a empreitadas diversas, para ampliar o custo da obra em um milhão de euros e se agarrar a uma diferença de 1,5 milhões para inviabilizar a obra.

É caso para perguntar se a solução futura protagonizada pelo PS não terá aterros, ou outra preparação de terras, além de obras de demolição associadas? Não ficando claro, que a argumentação apresentada na justificação do voto seja realmente válida.

Ainda me resta uma pergunta, para o leitor atestar a má preparação dos autarcas. Recentemente e por unanimidade, em reunião de Câmara, foram aprovados dois projetos para concurso a fundos comunitários, ambos ligados ao futebol e ninguém propôs um projeto para a reconstrução dos campos de ténis para a zona das travessas? Tal era a vontade em ver a piscina chumbada, que nem se analisou a hipótese de encontrar soluções para fazer face às verbas das obras complementares à piscina.

À atual concelhia do PS exige-se uma solução. Explicar à população como vai construir uma piscina, aumentando a oferta de aulas de natação aos munícipes, com um tanque adequado à iniciação das crianças e melhorando as condições de treino da AEJ, tudo por menos de 3 milhões euros, seria obrigação imediata dos autarcas do PS. É importante que nessa verba sejam inscritas as medidas para a eficiência energética das atuais piscinas, a reabilitação dos campos de ténis, que assim ficaram no estado atual, ou seja, degradados, além de outras julgadas necessárias. E para tudo isto, indicar um prazo de construção.

Conscientes de que tal atitude jamais verá a luz do dia, alguns militantes do partido, passaram à ação.

Assistir-se-á à continuação do debate das diretas do PS. De um lado, os argumentos progressistas, do outro o complexo socrático. A incompreensão em assumir o risco do investimento, para o bem-estar da população, ainda paira para os lados da Praça 25 de Abril. Tal como o secretário-geral do partido dos últimos três anos.

A incapacidade de encontrar soluções para os problemas da cidade, em compreender os grandes números dos orçamentos, em impor-se nas negociações municipais, tudo em troco da melhoria das condições de vida da população, foram a base para o erro estratégico, apontado por Josias Gil.

Quem ficou a perder foi a população da cidade e dos seus arredores.

Isto é claro.

Esperemos que a militância do PS perceba o logro em que se enfiou.

 

(a publicar no dia 20/11/14)