Em Dezembro, no último dia do mês, vaticinei que 2015 não tinha ficado resolvido. Havia alguns assuntos que tinham sido adiados para o presente ano.
As eleições intercalares locais, logo em Janeiro, trouxeram mais tranquilidade política à cidade, com a saída de cena de alguns instigadores de politiquice, tendo como lema opor-se a projetos municipais, apenas numa lógica partidária e pouco progressista.
Sensivelmente no mesmo mês, dentro da mesma desarmonia partidária - apesar do parecer, solicitado ao Tribunal de Contas, considerar no mínimo inócuo para o Estado, a devolução da gestão do Hospital à Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira (SCM) – anunciou-se a reversão da restituição, sem se estudar a fundo as vantagens, ou desvantagens, de outros acordos de gestão hospitalar com outras Misericórdias do País.
De âmbito diferente, de carater mais desportivo, no mesmo texto, fazia votos para que em 2016, a ADS subisse de divisão em Basquetebol, o que veio a verificar-se.
Por fim, o outro assunto abordado, estava relacionado com a natação e com a hipótese de Ana Pinho Rodrigues voltar a ser atleta Olímpica, nos Jogos do Rio de Janeiro.
A semana passada, no dia 20, ao anunciar os atletas participantes neste grande evento desportivo, que se inicia no próximo dia 5 de Agosto, no Brasil, a Federação Internacional de Natação deixou de fora a atleta sanjoanense, apesar de esta ter alcançado mínimos B. Refira-se que o tempo de prova alcançado abaixo de um determinado valor predefinido são considerados tempos de admissão às competições, designando-se na gíria deste desporto como, mínimos A, correspondendo à entrada imediata nas eliminatórias das provas de Natação dos Jogos Olímpicos. Para os atletas que ultrapassem aquele valor, existe uma segunda barreira de admissão, os mínimos B. Nestes casos, o número de vagas vai depender do número de atletas que tiverem obtido os mínimos A, ou de outros critérios da Federação Internacional, como, por exemplo, os convites para atletas de países emergentes na modalidade.
Sendo certo que Ana Rodrigues ficou de fora dos Jogos do Rio de 2016, é importante enaltecer que a sua performance no último fim-de-semana no Campeonato Nacional Absoluto / Open de Portugal não ficou minimamente afetada por tão má notícia. A atleta da AEJ conquistou três medalhas de ouro e duas de bronze. Subiu cinco vezes ao pódio nas cinco provas que disputou. Numa delas, 50 metros livres, bateu o recorde nacional e nos 100 metros livres obteve um tempo, 55 segundos, que lhe permitiria estar presente no Rio de Janeiro, caso este Campeonato ainda fosse considerado para o apuramento. Um final de época fantástico, com 3 títulos de Campeã Nacional, que não retiram a amargura por não se repetir a façanha de estar presente nos Jogos Olímpicos.
Desta forma, ao encerrar o período de escrita para as merecidas férias, verifica-se que os assuntos do passado estão praticamente encerrados.
O pouco que se pode esperar deste ano de 2016, já terá um cheirinho a 2017.
Na política local o desenlace das eleições locais, legitimou o executivo a proceder aos investimentos necessários para a execução de obras e outras melhorias, algo que está já a decorrer e assim permanecerá, até ao próximo ano, que como se sabe, terá eleições autárquicas. Este processo ganhará a partir de Outubro uma enorme atenção, com a definição e apresentação dos candidatos e condicionará o quotidiano da imprensa local.
Relativamente ao hospital, nada está concluído. A transferência da sua gestão para a SCM recebe cada vez mais apelos, mesmo escritos, por os cidadãos não se reverem no modelo criado pelo Estado.
O investimento de um grupo económico numa clínica, acrescentando mais interesse privado na área da saúde em S. João da Madeira, retira argumentos aos detratores do acordo da SCM. Aliás contínua a ser redutor para esta instituição, que tem vários protocolos com o Estado, através dos seus Ministérios, julga-la apenas pelo serviço de assistencialismo, ou mesmo de Misericórdia. Relembre-se que a SCM iria fazer a gestão hospitalar de acordo com as exigências do Ministério da Saúde e com uma verba menor.
Convém recordar que o Estado, na assistência de saúde que garante aos seus funcionários, através da ADSE, tem acordos com vários hospitais privados e segundo vários especialistas na matéria, caso não existissem esses protocolos, muitos desses estabelecimentos não estariam a funcionar. O desmascarar desta hipocrisia poderá ser o caminho para inverter a reversão. Só que isso, já não será para este ano.
Para o regresso em Setembro, a cidade estará concentrada nas comemorações do nonagésimo aniversário da elevação a Concelho.
Até lá, votos de boas férias.