quarta-feira, janeiro 04, 2017

O que esperar de 2017?

                As eleições autárquicas, a realizarem-se em finais de Setembro, ou em princípios de Outubro, condicionarão o novo ano, no quotidiano da cidade.

                Enquanto não se queimam as etapas iniciais, com a definição de candidatos, importa verificar qual será a estratégia partidária para o ato eleitoral.

                Do lado dos partidos que suportam o executivo municipal, o cumprimento das promessas eleitorais das intercalares de 2016, sobretudo, a finalização dos 22 projetos de investimento serão o grande trunfo político deste ano. Conjugar a capacidade de investimento, mantendo o nível de endividamento da Câmara Municipal baixo, serão argumentos difíceis de contrariar. Acrescente-se a possibilidade de captar investimento privado, com o consequente aumento de emprego na cidade e o prato da balança ficará extremamente inclinado para a coligação.

Não esquecer, neste capítulo, a piscina municipal não construída. Obviamente que, rejeitar o investimento assegurado de três milhões de euros, será sempre penalizador para os partidos que assumiram essa posição. 

                Para contrapor esta argumentação, a oposição terá que encontrar trunfos para ter uma candidatura credível. Pouco mais lhe resta, para agradar a um eleitorado específico, senão suportar-se nas iniciativas legislativas da maioria parlamentar, que vai suportando o Governo PS.

                O próprio Governo deu o mote esta semana, ao anunciar uma choruda transferência de verbas para as autarquias, que possibilitará um desafogo financeiro em ano eleitoral.

No caso específico de S. João da Madeira, a reabertura da Urgência Básica no Hospital será sempre o principal argumento político, para todos os partidos que defenderam esta posição, aquando o atual Governo revogou o acordo com a Santa Casa de Misericórdia da cidade.

                Haverá outras medidas políticas vindas da Assembleia da República, que poderão influenciar as eleições autárquicas?

                Há sempre a tentação de associar Milheirós de Poiares a S. João da Madeira. Além do reconhecimento pela mudança, os votos da nova freguesia poderão afetar o atual desequilíbrio eleitoral existente, baralhando a contagem de votos.

                Por outro lado, a petição, acerca dos maus cheiros da fábrica de Arrifana, se conseguir alterar o modo operatório daquela indústria, através de regulamentação aprovada em Assembleia da República pode servir para demonstrar alguma capacidade política para resolver problemas ambientais, antigos, na região.

                Finalmente, não se deve descurar a hipótese de descentralização, na área da educação, em estudo pelo atual Governo, que além de trazer competências na matéria à autarquia, poderá devolver, por exemplo, equipamentos desportivos à cidade, como o pavilhão encerrado na antiga Escola João da Silva Correia. Outra hipótese poderá passar por recolocar os alunos pelos estabelecimentos de ensino dos vários agrupamentos e desmantelar, atendendo à existência de placas de amianto, a atual EB 2/3, transformando-a num complexo desportivo, em zona central da cidade, ficando por isso, mais próxima da zona habitacional.

                Poderá haver outras iniciativas legislativas que tenham repercussão para a cidade. No entanto, as atrás descritas poderão não ser publicadas até Setembro e a sua influência  ser nula nas eleições locais.

Para já vamos aguardar pelos próximos tempos, que como se sabe, serão de divulgação dos candidatos a presidente da Câmara.        

 

(a publicar no dia 05/01/17)