A folha em branco, sem título é indicadora do momento: final de férias.
Ao fim de um mês esvaziaram-se-me as ideias. A custo consegue-se a articulação de frases ou de palavras.
Tento escrever um conto de Verão mas, falta-me poesia e ritmo na narrativa. Banalidades é o resultado. Desisto, elimino-o sem publicação.
Verifico nos apontamentos de verão alguma nota que queira desenvolver. Não me parece.
Procuro assuntos locais para pensar neles ou relacioná-los. A vontade de pesquisar é reduzida. Compilados os dados recolhidos acerca dos acontecimentos do último mês e fico sem palavras.
Mortes, acidentes e detenções, além de outras desgraças não são assuntos encantadores.
A derrota de Cândido na Volta, não merece uma referência à sua vitória em S. João da Madeira. Contudo, gostei imenso de ver a zona central cheia de gente, em pleno Agosto. Movimentar-me na Rua da Liberdade, ladeado por tantos transeuntes, é uma imagem que já não tinha desde um qualquer Domingo, ou Feriado de Dezembro, ou mesmo na véspera de Natal, do princípio da década de 90.
Encontro um assunto interessante sobre o Parque Urbano e a despoluição do Rio Ul. Tento estender o tema alguns parágrafos. É alucinante verificar que antes de se tratar da água do rio, se instalaram as pedras na margem. Apesar dos esforços da Câmara Municipal de S. João da Madeira para acabar com o despejo de esgoto de origem industrial, continuo sem perceber se existe algum cadastro ambiental a montante do rio, ou seja, nas freguesias de Milheirós de Poiares e de Romariz. De nada serve construir um interceptor, destinado a tratar os resíduos que vêm misturados com as águas pluviais, se o rio entrar na cidade poluído, ou perto disso.
Apesar do alerta inerente, abandono o texto a meio, não o conseguindo terminar a tempo do fecho da edição do jornal.
Preparo a leitura da primeira emissão de Setembro, depois das férias, à procura de algum tema para me dedicar. Vejo compilados alguns dos assuntos recolhidos em Agosto.
Encontro outros tópicos interessantes: Baixa do Imposto Municipal sobre Imóveis, será uma medida para incentivar a compra de casa em S. João da Madeira? Seria interessante para os promotores e sobretudo para os proprietários, que todos os anos observam o seu património a desvalorizar, devido à maior oferta que procura.
Sorrio com a abertura do 8ª Avenida já em Setembro e da forma, como em geral, as pessoas se vão rendendo à sua construção.
Faço as contas ao financiamento de manuais escolares e só totalizo 54. 615 Euros. Um pouco menos dos cem mil anunciados, devo ter-me enganado nas contas! Analiso o número de estudantes apoiados, 700, verificando com preocupação que 454 são pertencentes ao escalão A (agregados familiares com rendimento per capita inferior a 240 euros). Comento com alguns amigos que apoio a presente medida dizendo: “é preferível gastar dinheiro com manuais escolares do que com carros novos para vereadores ou administradores de empresas municipais”. A resposta que obtive fez-me corar. A notícia do Jornal Labor refere ainda a “consciência social” do Presidente da Câmara e a sua esquiva à esquerda. Preparo uma referência aos princípios da Democracia Cristã e da Social Democracia, que dominaram o espectro político Europeu na primeira metade da última década...
E o Plano Director Municipal? Sem artigo ainda preparado e com a revisão em curso - termina no fim do mês o período de sugestões aberto aos munícipes - espero ver as sugestões dos partidos políticos, preferencialmente antes da discussão em reunião de Câmara Municipal ou na própria Assembleia Municipal.
Entretanto reparo na hora, que se aproxima mais uma vez do fecho da edição do Jornal.
Fica outra vez adiada a minha colaboração no Jornal?
Olho para a folha ainda há pouco em branco e mudo de opinião: consegui escrever um artigo completo… sobre tudo, não referindo nada.
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