Poucas são as memórias físicas sobreviventes das primeiras edições do Campo de Férias Estamos Juntos, realizado nas traseiras da Escola Primária do Parque. A envolvência e o próprio Tanque - Piscina de 12,5 metros foram reduzidos a escombros, com o intuito de se renovar e modernizar o parque escolar do concelho.
Dali pouco resta como testemunho dessas organizações, com a excepção da sala (refeitório, senão me engano) utilizada para várias actividades, uma das quais em colchões, o judo.
Voltar ao "pecado original", digamos assim, é sinónimo de que algo ainda não está bem resolvido na vida da Associação Estamos Juntos. Não no seu dia-a-dia, nem nas actividades que esta Associação desenvolve, para que fique claro e não crie confusões no seu quotidiano.
Ao longo de todos estes anos de vida da AEJ, permaneceu sempre a ideia de se criar uma secção de judo, para proporcionar o seu ensino a crianças desta cidade. A modalidade tinha surgido, conforme referi, nos primeiros anos, era do agrado dos seus sócios fundadores, pelos princípios desportivos envolvidos – mais ágil, mais flexível, mais rápido e mais forte – e pela imposição de auto-domínio, de capacidade de decisão, de resistência à fadiga e de superação de dificuldades.
Eu próprio, enquanto presidente da AEJ, no ano 2000 fiz uma tentativa, mal sucedida, para retomar dentro do campo de férias a divulgação do judo.
Uma outra dinâmica, com a oferta de diferentes modalidades foram melhorando a actividade da AEJ e o judo foi sendo lembrado esporadicamente, no entanto, é necessário reconhecer, ia ficando adiado. Em paralelo, em Santa Maria da Feira arrancava um projecto de formação desportiva, tendo como uma das modalidades, precisamente o judo. Escusado será referir que, atendendo a que tinha por resolver a "falta" da AEJ, inscrevi o meu filho nas respectivas aulas.
Em Junho passado, quando tive conhecimento do regresso do judo ao Campo de Férias fiquei todo contente. Fui perguntando, sempre que apropriado, pela adesão dos participantes, pela qualidade do trabalho efectuado pelo monitor, esperando que a secção, entretanto, nascesse.
Em Novembro, recebendo um convite para visitar a extensão da sede da AEJ, nas Corgas, apercebi-me que a modalidade não tinha arrancado e para grande mágoa minha, em Santa Maria da Feira estava tudo parado. Habilmente, nem ele sabe quanto, Pedro Neto, presidente da AEJ, colocou o problema sobre os meus ombros. Devido ao elevado custo de aquisição, faltava encontrar uma solução para os colchões, tatamis em linguagem técnica da modalidade. Apenas isso, pois o técnico tinha ficado apalavrado desde o Verão. Sala, há pelo menos uma disponível no pavilhão das Travessas e os praticantes haveriam de aparecer, certamente.
Quinze dias decorridos, libertei-me deste peso, conseguindo de um clube da cidade do Porto, o compromisso de empréstimo dos tatamis.
Coloquei neste processo grande entusiasmo, como o tinha feito há dezoito anos no lançamento do Xadrez, ou nas primeiras conversas, em 2001, com o Ricardo acerca de Capoeira e na concepção do projecto "AEJ – clube das Corgas". Não posso deixar de negar que a motivação adveio da possibilidade de resolver um problema familiar e com isto permitir à AEJ abrir mais uma página na diversidade de modalidades e actividades desportivas.
Hajime, palavra japonesa no título deste texto, significa no léxico técnico do judo, começar e é utilizado pelo árbitro para dar início ao combate. E no fundo, é só isto que falta.
(a publicar no dia 11/12/08)
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