quarta-feira, junho 13, 2012

Calendarizar Eventos

Nas últimas edições do jornal labor, tenho escrito sobre as etapas a consolidar nos novos desafios da área cultural da cidade. A articulação das várias vertentes (ensino, criação e promoção), a fidelização de público, o desenvolvimento de parcerias regionais, foram os temas escolhidos e enquadrados pela complicada afetação orçamental desta vasta área.

A ordem apresentada não pressupõe sequenciação, nem sequer prioridades de ações. 

Existem mais dois temas que são importantes salientar.

Um de cada vez.

Nas últimas semanas foram promovidos alguns eventos, inseridos na divulgação da reconversão das instalações da Oliva, o que é compreensível face à aposta da autarquia para os próximos anos. Iniciativa louvável, embora não se compreenda bem, se haverá mais ocorrências nos próximos meses, ou se ficamos por atos isolados.

Muitas vezes, a promoção cultural da responsabilidade da autarquia perde-se em iniciativas pontuais, sem sequência em anos seguintes, não se conseguindo assim, contornar os hábitos de consumo cultural da população.

O sucesso da “Poesia à mesa” e do Festival de teatro provam isso mesmo. Por terem data marcada, mais dia, menos dia, são facilmente agendados pelo público e são por isso concorridos e participados.

Isto demonstra a necessidade de criar um calendário anual de eventos municipais.

Não querendo ser exaustivo, com apontamentos de organização de eventos, faça-se o seguinte exercício, para os próximos seis meses: quais serão os espetáculos a serem promovidos no auditório dos paços da cultura?

A resposta incerta e vaga, permite concluir-se que um calendário de eventos, incluindo concertos, coreografias, exposições, acrescentando os mencionados sucessos atrás referidos, agendando tudo para o ano inteiro e sobretudo, repetindo-se no ano seguinte. Além da fidelização de público, este calendário permitirá uma melhor organização da divisão cultural e com resultados mais certos. 

É importante referir que a promoção cultural é composta por três pilares: divulgação, qualidade do espetáculo e acolhimento ao público. Boas salas, não significam por si só, grande quantidade de público. Uma das variantes deficitárias, não permitirá que o sucesso da promoção cultural seja conseguido.

Um parêntesis para terminar este ponto, a necessidade de articular calendários de eventos com os concelhos vizinhos e também com os parceiros da área de metropolitana. A simultaneidade, no passado fim-de-semana, da iniciativa “Cidade e o jardim” e “Festa das coletividades” da freguesia vizinha faz temer as comparações sobre a essência dos mesmos.

O difícil nestes eventos é o envolvimento da população local. Feito bem conseguido, aplauda-se, nas dez edições realizadas no jardim da Avenida da Liberdade. No entanto, este esforço não permite dar à cidade qualquer projeção regional e ou nacional. Este reparo, reforça-se na possibilidade de angariação de fundos para as associações, clubes, instituições presentes no evento. Com mais visitantes, a probabilidade de obtenção de maiores receitas é superior, o que numa época de crise é sempre bem-vindo.

Termino a série de artigos, sobre a temática cultural, escrevendo sobre uma etapa desafiante, precisamente, a da adesão da população

Provavelmente é a mais importante.

É uma oportunidade para o concelho.

Para o bem-estar comunitário.

 

(a publicar dia 14/06/12)