quarta-feira, janeiro 23, 2013

Plano B

            Uma sondagem telefónica, com a pergunta “que obra gostaria de ver construída em S. João da Madeira?”, foi a novidade da última semana.
            Um dos meus familiares recebeu um dos telefonemas e não fixou qual a empresa associada à sondagem. Sem esta informação, não é possível apurar quem pretende saber, por este meio, como agradar à população local, aos munícipes, ou se quisermos, aos eleitores.
            As extremas condições climatéricas dos últimos dias, as fortes chuvas, as constantes rajadas de vento, tendo como consequência estragos e mais estragos, associadas com faltas de electricidade, podem ter retirado o impacto da sondagem junto da população.
            Não sei que resultados serão conseguidos.
            Muito menos, caso me fizessem essa consulta, teria resposta imediata.
            Preocupa-me mais as obras previstas e sem financiamento garantido, do que hipotéticas obras.
            Se a pergunta fosse “que obra gostaria de não ver construída… ?”, eu tinha a resposta na ponta da língua. Ou utilizando uma linguagem mais positiva e assertiva, reformulando a questão ficaria “qual dos projectos previstos para S. João da Madeira abdicaria de construir?”. Abdicaria… desistia, para ser mais facilmente entendível a pergunta e não parecer uma das questões dos referendos do tempo de António Guterres.
              A minha resposta é simples: a piscina de 50 metros - caso se verifique não ficar garantido o financiamento no actual quadro de apoios comunitários, ressalvo.
            É certo que o concurso está feito, o projecto escolhido, o prémio ao autor atribuído. Só falta o mais difícil garantir o financiamento.
Para 2013 a Câmara Municipal prevê uma verba de 750.000 euros, do seu orçamento. Acontece que o projecto está estimado em cinco milhões. Caso se dilua esta construção pela disponibilidade financeira anual da edilidade local, são necessários praticamente sete anos para concluir a construção da piscina.
Ora, segundo o edil seria mais caro reparar e criar boas condições de utilização na piscina actual, do que construir uma nova. Sendo assim, daqui a sete anos, 2020, a piscina municipal de 25 metros estará obsoleta e impraticável, sem possibilidade de os munícipes poderem praticar natação na cidade.
É evidente que olhando para a verba disponível para este ano no OE municipal, pode-se pensar noutra solução mais low-cost.
O plano B.
Apropriado aos dias de hoje, de projectos mais realistas e de baixo custo de execução.
No seio da autarquia, o gabinete de arquitectura poderá perfeitamente conceber uma piscina de 25 metros, encaixando-a junto à actual. Os balneários seriam os mesmos do complexo desportivo. Esta nova construção seria simples, sem estacionamento em piso inferior e obrigatoriamente sem bancadas de apoio, apenas 2 degraus para as pessoas que pretendem assistir às aulas. Poderia pensar-se num tanque de aprendizagem complementar e tudo isto enquadrado perfeitamente na estrutura actual, sem grandes variações de arquitectura.
Esta quase triplicação dos planos de água permitiria responder às necessidades dos habitantes locais e das freguesias vizinhas. Um complexo idêntico ao que existe em cidades como Viseu, segundo relatos transmitido, porque infelizmente não conheço tais piscinas.
Apenas faltaria a resposta à equipa de competição da Associação Estamos Juntos, que necessita, para ser competitiva, de treinar frequentemente em piscina de 50 metros. Para isso, seria importante pensar em cobrir sazonalmente a piscina exterior. Utilizando-se coberturas amovíveis, ou mangas apropriadas, para garantir a actividade da piscina durante 12 meses e não apenas em três, caso o tempo estie. Previamente deve-se eliminar o atentando ecológico de perda de água da referida piscina. Tratar em seguida de garantir o aquecimento moderado do espaço e então, após a aquisição de uma cobertura moderna, ficar com um complexo aquático adequado preparado para os próximos vinte e cinco anos, na óptica do comum utilizador.
Soluções baratas e concretizáveis. Faltando apenas resolver o problema do desumidificador da actual piscina, o que não deve ser difícil.
Remato, reafirmando que com estas soluções, existe a possibilidade de se continuarem a organizar provas de natação em S. João da Madeira, que atraem forasteiros de todo o país, contribuindo para a divulgação e promoção da cidade, o que não acontecerá caso se concretize o financiamento à nova piscina.
 
 
(a publicar no dia 24/01/13)
 
Nota: infelizmente recuei ao antigo acordo ortográfico, se tiver  oportunidade corrijo isto.

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