O turismo é um dos mais importantes setores da economia nacional.
As particularidades de Portugal, a sua organização Estatal e o potencial turístico de determinadas regiões, conduziram à criação de onze entidades regionais de turismo (ERT).
De Norte para o Sul, correspondendo à organização regional do Estado, as várias delegações do turismo de Portugal foram distribuídas pelos mais variados locais, tendo como princípio a descentralização, dentro de cada região. Exemplificando: o Turismo do Porto e Norte de Portugal está sediado em Viana do Castelo; o Turismo do Centro de Portugal está localizado em Aveiro; em Santarém é a sede do Turismo de Lisboa e Vale do Tejo; a sede do Turismo do Alentejo, E.R.T. fica em Beja e o Turismo do Algarve, contraria a lógica anterior, pois está centrado em Faro.
Em algumas regiões, desenvolveram-se destinos turísticos com enorme potencial, surgiram assim as restantes seis ERT, apresentando-se também o local da sua sede: Turismo do Douro em Vila Real; Turismo da Serra da Estrela na Covilhã; Turismo de Leiria-Fátima em Leiria; Turismo do Oeste está em Óbidos; mais a sul temos o Turismo Terras do Grande Lago Alqueva em Reguengos de Monsaraz e o Turismo do Alentejo Litoral em Grândola.
Cada região tem produtos turísticos, estratégicos e inerentes, a dinamizar. Em todas elas é comum a promoção da gastronomia, dos vinhos, do golfe, do património, do enquadramento paisagístico, de tratamentos de bem-estar e saúde, de turismo de negócios, de turismo na natureza ou de turismo religioso.
Um pouco por todo o país existem roteiros, rotas, itinerários, circuitos ou percursos sobre o mais diversificado produto, inclusive patrimonial.
A diversidade gastronómica está presente nos imensos festivais, feira por produto, nos mais variados museus, ou até nas sete maravilhas.
O turismo na natureza alia as condições singulares de cada zona, em especial com o potencial desportivo de cada região, desenvolvendo-se infraestruturas para apoio aos turistas, em locais menos urbanos.
A região do Porto e Norte de Portugal, com enorme potencial turístico, procurou descentrar a sua atividade, criando delegações para se aproximar dos seus produtos estratégicos. Encontramos, assim:
a) City & Short Breaks no Porto;
b) Touring Cultural & Paisagístico e dos Patrimónios em Guimarães;
c) Saúde & Bem -Estar em Chaves;
d) do Turismo de Natureza em Bragança;
e) do Turismo Religioso em Braga;
Dentro deste espírito, as autarquias procuraram enquadrar o seu potencial turístico, desenvolvendo os seus próprios produtos. Muitas potenciaram as tradições das suas populações, as suas festividades, o património histórico, o património religioso, as atividades culturais, além da culinária – a mais apreciada.
S. João da Madeira centrou-se na sua tradição industrial. Procurou os seus produtos característicos, produções exclusivas em território nacional em alguns casos e desenvolveu o seu próprio produto turístico: circuitos pelo património industrial, simplificados por Turismo Industrial.
Este conceito deu visibilidade às suas indústrias, dando-lhe um lado humano, permitindo conhecer o ofício de quem trabalha nas fábricas, dando a conhecer as operações diárias, a rotina do operador, o produto que manuseia, além das cores do artigo, dos cheiros das matérias-primas, dos barulhos das máquinas e essencialmente, o espaço envolvente ao operador em cada uma das indústrias.
Como novo produto estratégico, é necessário que o Turismo Industrial adquira uma escala maior. Um enquadramento dentro do Porto e Norte, ultrapassando os limites do concelho e também do Entre Douro e Vouga.
A região norte em termos turísticos divide-se em 4 sub-regiões: Minho, Trás-os-Montes, Douro e Porto. Toda a zona em redor da cidade do Porto, a sul e a norte não tem enquadramento turístico. Toda esta zona é caraterizada pela sua forte componente industrial. Indústrias variadas, de produtos diversos, algumas fortemente localizadas em determinadas vilas, cidades, concelhos, associações de município, ou micro-regiões. Extravasando o conceito Turismo Industrial de S. João da Madeira à região, poderíamos ter um produto chamado Porto Industrial ou Norte Industrial, ganhando escala mundial, alargando a oferta aos milhões de turistas que aterram no aeroporto da região.
Toda esta ideia assenta na possibilidade de se estabelecer em S. João da Madeira a delegação do Turismo do Porto e Norte correspondente ao Porto Industrial (é a minha designação favorita), ou seja, um aumento de importância do Wellcome Center instalado na Torre da Oliva, em Outubro de 2012.
Desta forma, o pioneirismo da cidade, neste conceito turístico, seria premiado.
(a publicar no dia 28/03/13)