Os primeiros indícios da aproximação das férias são a diminuição da atividade escolar, os exames, os resultados, as matrículas, acompanhadas das festas finais das atividades complementares. Enquanto isso, os jovens atletas terminam a sua época desportiva, parando os treinos.
O trabalho dos adultos prossegue, cumprindo-se o calendário.
Nas estradas surgem carros limpinhos, de pintura brilhante, com matrículas com números e letras organizados de forma diferente. Alguns carros trazem a cruz suíça na matrícula e outros apresentam chapa amarela.
Aos poucos as empresas vão entrando em período de férias. As zonas industriais começam a ter menos movimento. Menos tráfego, menos carros estacionados junto às suas portas, ou nos parques de estacionamento. Poucas pessoas a percorrer as ruas adjacentes às fábricas. Algumas sirenes desligam-se neste período. Vários portões permanecem fechados, cortinas corridas ou persianas desenroladas.
Os jornais locais anunciam o encerramento para férias, não se publicando durante o mês de agosto.
O comércio espera pelos turistas ocasionais, pelos seus ímpetos consumistas, em especial os emigrantes.
Os serviços e repartições recebem algum fluxo extra de clientes ou utentes, durante as primeiras manhãs de Agosto mas, depois tudo fica mais calmo. A escala de férias vai estabelecendo o ritmo do trabalho.
Nas ruas do centro, as esplanadas são procuradas pela manhã. Grupos de clientes partilham mesas, fazem consumo, agitam-se em conversas. Circulam forasteiros de calções, fazendo abastecimentos matinais, para debandar até à praia durante a tarde.
O movimento de muitos.
As tardes são calmas e no seu final, estranha-se o silêncio. Surpreende a quantidade de lugares de estacionamento disponíveis pelas ruas centrais e sobretudo, o pouco trânsito na hora de ponta.
O serão é confrangedor.
As noites de verão, em zona balnear, caraterizam-se pela vontade social de conviver. Cafés, bares e esplanadas enchem-se, as ruas apinham-se. Pessoas sem horários, com vontade de passear, de conversar, preferem sair de casa, alterar hábitos, desligar-se da televisão e encontrar amigos.
Em contraste, as ruas vazias da cidade em período noturno, com cafés encerrados para férias, outros com poucos clientes e com jornais antigos amontoados, em especial, o último número dos semanários locais publicado no final de julho, folheado vezes sem conta, observando-se de novo as fotos aí publicadas, aproveitando para comentar com a restante clientela, uma ou outra patenteada, interrompendo a conversa futebolística do dia, baseada nas hipotéticas aquisições dos clubes nacionais, ou nos resultados menos conseguidos na preparação dessas equipas, permitem pensar que é tempo de partir.
Mudar de ares, ver outras caras, envolver-se em outras paisagens. Na praia, no campo, na serra, na cidade, na aldeia, ou mesmo numa vila, é tempo para as merecidas férias.
O reencontro com os leitores fica agendado para Setembro. Até lá, aproveito para descansar os dedos (foi um ano produtivo em textos publicados) e dedicar-me à leitura compulsiva. Vou atacar clássicos da literatura e uma biografia do rei D. Duarte... o do século XV.
Finalizo, desejando a todos, umas ótimas férias.
(a publicar no dia 25/07/13)