Há quinze dias, terminei a minha crónica fazendo referência ao sonho olímpico da Associação Estamos Juntos. Como estava a terminar o texto, não fiz referência ao autor de tal desejo. Datei-o, demonstrei a sua longevidade. Não fiz mais nenhuma alusão. Por isso, começo este texto por emendar essa omissão.
Nos anos 80 do século passado, ainda no Tanque-piscina da Escola Primária do Parque, Armando Margalho, monitor de natação, traçava um desafio para o desporto de S. João da Madeira: com o futuro complexo desportivo das Corgas, estavam reunidas condições para um sanjoanense participar nos Jogos Olímpicos.
Antes de tal feito ser conseguido, muita gente aprendeu a nadar, competiu na AEJ e ficou longe desse objetivo. Uma prestação que serviu para melhorar a componente desportiva da secção de natação. E não só.
Durante esse tempo o clube foi crescendo. Aumentou o número de atletas, aumentou as suas secções desportivas, diversificando a oferta à população.
Os vinte e sete anos de história da AEJ contemplam as suas secções desportivas, as mais antigas e extintas, como o basquetebol e o automobilismo. As antigas e ativas, como o xadrez e o ténis, além de outras recentes e inativas como a capoeira, o parapente e o apoio a pilotos sanjoanenses de karts e de motociclismo, que fizeram a história do clube.
Os resultados desportivos alcançados, ou seja, o reconhecimento do trabalho meritório efetuado pelas secções desportivas; o pioneirismo e a devida grandeza do Campo de Férias, organizado anualmente desde há 32 anos; e por fim, a envolvência dos sócios, fez o clube ser reconhecido pela população, pela comunidade, e sobretudo, pela edilidade. Deste modo, a ambição traçada em 2001 de tornar a AEJ o clube das Corgas, é hoje perfeitamente consagrada e visto com naturalidade no contexto social da cidade. O mesmo acontecendo com a utilização da piscina, para treino dos atletas, no horário nobre em detrimento do público em geral.
À sucessão de diretores, suas vontades e modelos de gestão, a natação permaneceu sempre com os mesmos técnicos: Luís Ferreira, desde 1990, coadjuvado por Augusto Macedo, que regressou ao clube em 1992.
A história olímpica é conhecida, sobretudo a partir de 2007, quando Ana Rodrigues entra no projeto Londres 2012, ou seja, a cinco anos do desfecho feliz.
A partir dessa data, o antigo sonho passava a estar mais próximo e como é natural, passou a orientar a política desportiva do clube.
Concretizado o objetivo antigo, o clube entrou numa nova era.
Nas últimas semanas visitei as Corgas - para assistir ao Torneio SJM 13 e ao Campeonato Nacional de Infantis de Natação -, apercebi-me de um maior envolvimento humano em torno da AEJ. Essa mesma sensação também tive nas provas de cadetes, que acompanho. No passado fim-de-semana, em Coimbra, congratulei-me por ver tanta camisola amarela e a bancada tão cheia de apoiantes, muitos vestidos com as cores do clube, acompanhados do tradicional cachecol.
É importante potenciar toda esta mobilização humana, alarga-la ao dia-a-dia do clube, não esquecendo que a AEJ não é apenas uma associação de pais. Apesar de ser imperioso ter boas contas, a gestão desportiva não é apenas um exercício de contabilidade. É necessário ter capacidade de traçar projetos, alguns utópicos, envolvendo os agentes do clube, sobretudo, os jovens, em torno desses objetivos.
Para os próximos anos, a AEJ vai ter o problema da sede social entre mãos. A hipotética construção da nova piscina, vai obrigar o clube a trocar de instalações. Uma oportunidade para lançar um desafio: a autonomia relativamente à sede social, ou seja, em instalações próprias.
(a publicar no dia 18/07/13)
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