A edição do novo jornal “O Único” introduziu um conceito novo na imprensa de S. João da Madeira.
É importante mencionar que na década passada, durante alguns meses, publicou-se um engraçado jornal intitulado “O Calhau”, cujo teor satírico, por ser arrojado, era bastante interessante.
A razão para a cidade voltar a ter um terceiro jornal é essencialmente política. A opção de lançamento de um jornal foi ventilada pelo vereador eleito pelo movimento SJM Sempre, na noite das eleições autárquicas do pretérito ano e o facto consumou-se passado uns meses.
Nada posso assinalar sobre o jornal “O Único”, pois até hoje apenas li uma edição e não pude tirar conclusões. A consulta da página da internet não permite diferenciar dos outros jornais locais, dada a semelhança da publicação de comunicados das forças partidárias e dos clubes locais, pelo que não se consegue deslumbrar qualquer diferenciação no seu conteúdo.
O aumento do pluralismo político é o lado positivo da edição deste jornal.
A aritmética tem destas contas: 3 jornais para 3 partidos ou movimentos de independentes. A colagem é fácil de fazer e altera a lógica de décadas de dois quadrantes em torno da política local.
Numa localidade em que o número de leitores e assinantes dos jornais deve corresponder aos eleitores votantes ou ativos, é legítimo pensar-se que a vida política da cidade viva ao ritmo das suas manchetes e restantes artigos publicados semanalmente.
Dentro do espírito, é normal que os agentes das forças políticas encham as páginas dos jornais com constantes artigos de opinião. A sua vontade em mostrar adesão e dinâmica é tanta que na mesma edição, lemos ideias e frases repetidas por um ou mais colunistas. Às vezes, na semana seguinte surge ainda outro, a dizer o mesmo e ainda não satisfeitos na terceira semana repetem o assunto. Pelo caminho ainda surgem trocas de acusações, entre alguns colunistas, ao estilo de discurso direto.
Moléstia é ação não compreendida.
Acrescente-se os comentários manhosos nas edições online aos textos dos agentes políticos, menos visíveis para a grande maioria dos leitores, encapotados sob o anonimato pessoal, visíveis no quadrante político e temos o atual estado da política local, simplesmente com claques.
De fora fica a proposta séria, o estudo do quotidiano, da sugestão e aceitação de melhorias e sobretudo, da participação em atividades cívicas, apolíticas, procurando pelo mérito mostrar capacidade de trabalho, em prol da sociedade.
É curioso como num ano se chegou a este estado deplorável.
Deixo para futura reflexão, os destaques nos jornais dando relevo a não factos, que jamais produziriam notícias se o clima fosse outro.
Interrompo o tema, para aproveitar o espaço que me resta para felicitar a AEJ, pelo título conseguido pela secção de xadrez. Em termos coletivos, esta associação, nesta modalidade, conseguiu o seu mais importante título, efetivamente o máximo que a equipa pode ambicionar, conforme ficou claro na reportagem efetuada por este jornal em Julho. A caminho dos 25 anos, a história da secção de xadrez continua a enriquecer a do seu clube, igualmente rica em feitos desportivos, entre outros. Cada ano que passa, apesar de algumas vicissitudes, contínuo orgulhoso de ter feito parte dos fundadores desta associação e claro está, de ter decidido, com apenas 19 anos, criar a sua secção de xadrez.
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