Uma pergunta preparada pelas professoras dos alunos do 5ºD da escola EB 2/3, para a reunião de Câmara ficou sem resposta, segundo o relato do Jornal Labor, do dia 8 de Junho. A pergunta referia-se aos Transportes Urbanos de S. João da Madeira - TUS e à possibilidade de se praticarem preços diferenciados para estudantes.
O TUS (vou tratá-los na forma singular) tem circulado praticamente vazio pela cidade. Passado o período experimental e gratuito, a adesão registada a este meio de transporte foi muito reduzida. Verificando isso, o Executivo Camarário já promoveu a alteração dos percursos, de forma a atrair mais clientes.
Ainda é cedo para analisar o efeito desta alteração, no entanto, a sugestão da Escola EB 2/3 permite repensar-se este meio de transporte e articula-lo com as necessidades de um público específico, que são os estudantes. Nunca é demais lembrar que devido às reduzidas dimensões de SJM, não é permitido o transporte escolar oficial. Por essa razão, devia-se adaptar este transporte urbano aos horários escolares, com itinerários e preços adequados, como muito bem propuseram os alunos do 5º D. Passes ou bilhetes com um valor simbólico, à semelhança dos preços anunciados para os idosos possuidores do cartão sénior, ou então, de acordo com uma percentagem do rendimento do agregado familiar do estudante.
Não sendo certo qual o tipo de adesão que se iria obter, uma forte campanha de sensibilização e divulgação poderia, no inicio do próximo ano escolar, catapultar este meio de transporte para níveis de frequência aceitáveis e desejáveis. O TUS não pode cair no ridículo de ficar conhecido como o “Transporte de Utilizador Solitário”.
Um forte incentivo à utilização do TUS é o que se espera. O seu grande trunfo é a flexibilidade, comparado com a ideia de dotar a Linha do Vouga com um “vai-vém” local, conforme o programa eleitoral do partido vencedor das eleições autárquicas. As dúvidas subsistem e mesmo do Fórum Municipal já surgem mais opções a nível de plano de transportes, como a sugestão de “articulação com a expansão das linhas do Metro do Porto”. Uma ideia muito mais acertada, como tive oportunidade de defender em Novembro passado nas páginas deste jornal.
Acreditar que é possível rentabilizar o investimento da criação de uma plataforma bi-modal, com a construção de uma passadeira entre a actual estação e o Centro Coordenador de Transportes, acrescido do custo de adaptação da Linha do Vouga, para o transporte local entre o Orreiro e a antiga Oliva, parece algo exagerado para o senso comum.
A correlação de vários dados económicos é que permitirá equacionar-se a melhor solução para o ano 2015. Indicadores como o rendimento médio dos habitantes do concelho e a disponibilidade financeira para transportes; as flutuações diárias da população: saídas e entradas para trabalhar; a ocupação dos transportes colectivos: destacando-se o número de passageiros de SJM para as cidades de Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Aveiro, Porto e vice-versa, não esquecendo quem atravessa SJM, vindo de Arouca ou Vale de Cambra, são importantes para se proceder a um estudo correcto.
É bom sinal verificar que o Executivo Camarário ponderou a questão dos transportes. Estou certo que praticamente deixou “cair” uma promessa de campanha eleitoral. A expansão para Sul do Metro do Porto será o projecto que maior interesse terá para a população desta região. Com este investimento, a articulação com o transporte rodoviário será uma necessidade maior e a ideia da plataforma terá maior cabimento.