quarta-feira, julho 05, 2006

Fases do Projecto

A ligação por auto – estrada entre S. João da Madeira e o Porto suscitou-me alguma curiosidade sobre a sua data de conclusão. As informações sucessivas sobre o seu estado aparentavam algo de errado. Primeiro o estudo do traçado e agora o de impacto ambiental, foram até hoje as fases anunciadas do projecto. Pelo meio ficou o silêncio sobre a divulgação das propostas do traçado final.
Desde sempre fiquei com a ideia de que esta auto – estrada terminaria em S. João da Madeira e tal como eu, a maioria dos seus habitantes, por certo pensam o mesmo. Com a ajuda de um motor de busca, procurei mais informação na internet, esperando encontrar o que por certo me tem escapado ao longo destes meses.
Em primeiro lugar apurei que a auto – estrada a construir dos Carvalhos para Sul terá a designação de A32. Inicialmente o seu traçado estava apenas previsto até Argoncilhe, no norte do concelho de Santa Maria da Feira. Em 2002, uma petição propondo a sua extensão até Arrifana foi entregue na Assembleia da República por cidadãos do concelho da Feira e elogiada por vários deputados do circulo de Aveiro. A ideia era criar uma variante à EN1 e desta forma descongestionar o trânsito que passa no centro de várias localidades, evitando a ocorrência de alguns acidentes com os seus cidadãos.
De S. João da Madeira veio a reclamação de alargar um pouco mais a extensão do traçado e dotar esta cidade com o nó de saída da A32. Factos do conhecimento da generalidade das pessoas, devido à informação até hoje recebida e assimilada.
Entretanto em 2005, apesar de ser anunciado que seria o ano de lançamento a concurso da A32, é iniciado o estudo do traçado. No presente ano, no dia 29 de Abril – um sábado, é anunciado num noticiário televisivo que o traçado da futura auto-estrada A32, será a ligação entre Coimbra e Porto. Onde encontrei esta informação, não especificava se apareceu em reportagem, se em rodapé informativo. Ao ler isto as minhas certezas transformaram-se em dúvidas. Porto – Coimbra, em traçado paralelo ao actual da A1, em parte como a A29 (Porto – Angeja), devia ser engano, certamente.
Mais umas horas de busca e a auto-estrada fica reduzida a Porto – Oliveira de Azeméis, com o anúncio do estudo de impacto ambiental, que está previsto terminar em Outubro do presente ano. No dia 11 de Maio, o Secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos, anunciou em Arouca a propósito do lançamento a concurso da construção do troço Feira – Mansores da variante da EN 326, que seria construído um nó precisamente em Milheirós de Poiares, na confluência desta estrada com a A32, que segundo o governante seria entre Oliveira de Azeméis e Carvalhos.
Contudo, com o anúncio do traçado surgem as primeiras reclamações. No relato do JN de 12 de Junho, a A32 ligará Porto a Coimbra ou mais concretamente, Carvalhos a Souselas. Com as dúvidas desfeitas, li que a população de Milheirós de Poiares “manifestou publicamente o seu descontentamento em relação a um dos traçados previstos, que implicará a demolição de algumas habitações” e em Argoncilhe “alerta-se para a necessidade de se procederem a alguns reajustamentos, para evitar que o centro daquela freguesia fique prejudicado”, pois a A32 "vai passar mesmo no centro da freguesia", segundo o JN. Um túnel com 100 metros não é suficiente para “minimizar os impactos negativos que possam ser causados”, exigindo-se pelo menos uma extensão de 500 metros para o projectado túnel. Mais segundo o JN, “o presidente da Junta diz que tudo fará para que esta pretensão possa vir a ser uma realidade e aconselha os responsáveis pela construção da via a ouvirem as reivindicações das populações para que o processo decorra de forma serena".
Segundo mais um “resultado”, a população de Pindelo e Nogueira de Cravo, ambas do concelho de Oliveira de Azeméis também se pronunciou contra o traçado previsto da A32, no dia 23 de Junho.
Caso não haja mais contratempos, será desenvolvido o projecto da totalidade da obra e só então, será posta a concurso a empreitada, certamente por fases de sucessivos troços. No entanto, pelo exposto passados três meses do anúncio do traçado a contestação é já elevada, pelo que, a construção desta via rodoviária não será fácil: a Norte haverá problemas, logo no início do traçado; a sul de S. João da Madeira haverá complicações bem perto; e a nascente, no nó que, deduzo, servirá esta cidade, em Milheirós de Poiares, o processo não está à feição de se resolver.
A variante da EN326, Feira – Arouca, começou a ser pensada há mais de 16 anos. Está concluída entre Mansores e Arouca, faltando o troço do concelho da Feira. Segundo o autarca de Argoncilhe “nos últimos 20 anos ninguém podia construir nestas zonas", à espera do traçado final da A32. Sem desesperar é caso para perguntar, existe vontade de todos políticos locais para construir a A32? Valerá a pena esperar ou será melhor procurar o desenvolvimento da outra ligação à auto - estrada, via Ovar?