Os estabelecimentos de ensino da cidade foram notícia, em semanas anteriores, por bons motivos.
A aposta do executivo municipal em dotar o concelho com escolas “entre as melhores do país” tem sido executada perseverantemente.
A recente inauguração da nova biblioteca na Escola EB1 do Espadanal, complementando a reestruturação global de que as escolas municipais foram alvo, terá continuidade com a expansão da Rede de Bibliotecas a mais 2 escolas, nos próximos anos.
Mesmo sem apoio para a construção da quarta Escola secundária, a atribuição de verbas do PIDDAC à Escola Secundária Dr. Serafim Leite, para ampliação de instalações, permite prosseguir a remodelação do parque escolar, procurando-se com este pressuposto que a ambicionada qualidade no ensino seja alcançada e reconhecida.
Para isto contribuem as posições no ranking nacional das Escolas Secundárias, seja qual for o critério de avaliação. A colocação da Escola João da Silva Correia entre as melhores do distrito e do país, enaltece o trabalho de todos os envolvidos no processo de ensino, em particular da própria Escola, claro está.
Tendo o vértice da estrutura piramidal reconhecido, estando o parque escolar recuperado, não havendo graves problemas, nem mesmo inclusão em listas negras de análises da DECO, poder-se-ia pensar no “dossier” ensino como pronto e a entrar em “velocidade cruzeiro”.
O próprio Presidente da Câmara reconheceu que os próximos investimentos serão “menores”, a nível de “software educativo e equipamentos desportivos”.
Na minha opinião existe aqui uma possibilidade de melhoria de instalações que não se deveria desperdiçar.
As escolas primárias foram recuperadas, é certo. Foram dotadas com espaços culturais, com equipamentos de diversão no recreio, com melhorias ao nível do conforto dos alunos e do serviço de refeições. Apesar de considerar tudo isto extremamente importante e suficiente para o bom funcionamento do ano escolar, não posso deixar de ser um pouco mais ambicioso para as escolas do concelho.
Das verbas a atribuir pelo PIDDAC, 78.838 euros provêm do projecto Conservação e Remodelação do Parque Escolar da Região Norte. Através deste montante não seria possível, atribuir uma verba para a recuperação do Tanque – Piscina da Escola do Parque?
Este equipamento desportivo está abandonado, enquanto piscina destinada a crianças em idade escolar, desde o final da década de 80. A sua recuperação permitiria aos alunos desta escola frequentarem aulas de natação em horário diurno, sem saírem das instalações da escola. Além destes, a piscina poderia ser utilizada por crianças do pré-escolar. Os horários complementares poderiam ser rentabilizados com aulas para este público específico, em especial, finais de tarde e fins de semana, os períodos mais procurados e por isso mais saturados na actual piscina municipal.
É evidente que uma piscina de 12,5 metros não se esquece, existe na memória colectiva de muitos que ali aprenderam a nadar. Mais do que o valor afectivo, é justo alertar para o desperdício de um equipamento municipal, que dotaria uma escola EB1, com umas instalações excelentes de nível europeu.