A hipotética candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa não deixou ninguém indiferente. Alguns assustaram-se e reagiram com indignação. Outros amedrontaram-se e pensaram logo em coligações. Houve quem sorrisse, uns por escárnio, outros por satisfação.
Independentemente do fôlego político do presumível candidato, o anúncio - utilizando a velha técnica de difusão de informações, o boato - abriu a campanha política para as eleições autárquicas de Outubro de 2009.
Um pouco por todo o país, surgem informações sobre várias candidaturas a outras autarquias, demonstrando-se com isto, a apetência dos demais candidatos pela mediatização pessoal.
De nada serve às direcções nacionais dos partidos tentarem, de alguma forma, coordenar as escolhas e eventuais candidaturas para cada concelho. Com uma voraz ansiedade são apresentados e votados nomes, ora pela concelhia, ora pela respectiva distrital, mesmo sabendo-se que nalguns casos essa escolha é da responsabilidade do líder do partido, ou então, está delegada num elemento da direcção nacional, como é o caso do PSD.
Nesta perspectiva, a tarefa destinada a Castro Almeida (como vice-presidente do PSD) não se apresenta nada fácil. Tendo que esgrimir argumentos e equilibrar várias sensibilidades de um partido extremamente dividido, pouco tempo lhe restará para seguir os dossiers da política local, em especial, os assuntos apresentados na campanha eleitoral de há quatro anos e que tardam a ser resolvidos, além do particularmente inacessível encerramento da urgência hospitalar.
Pela actual conjuntura política nacional, coloca-se como certa a sua recandidatura à autarquia local. Os elogios recebidos e o visível trabalho efectuado à frente da Câmara Municipal de S. João da Madeira, permitem-lhe encarar a reeleição sem qualquer problema.
Tudo será imprevisível, caso a oposição política local se decida a disputar as eleições pensando em vitória.
Pensar em vitória significa apresentar a candidatura de uma pessoa mediática. Um rosto bastante conhecido do público local. Para agradar ao eleitorado, a opção deve ter um efeito de surpresa e recair numa celebridade.
Uma cara bastante conhecida da televisão, tal como o PSD inventou Francisco Moita Flores para autarca de Santarém ou aproveitou Fernando Seara para a Câmara Municipal de Sintra.
Uma figura nacional representativa da diáspora sanjoanense.
Com estas características, acrescentando-se tratar-se de um nome, que várias vezes foi capa de imensas revistas, o leitor terá feito o exercício de triagem de várias personalidades e eleito o nome de Bárbara Guimarães, certamente.
Uma candidata que expele simpatia, sobejamente conhecida, que não perderia tempo a dar-se a conhecer.
Em 2005, no apoio à campanha eleitoral para a Câmara Municipal de Lisboa, Bárbara Guimarães surpreendeu pela facilidade nos contactos com a população e mostrou uma proximidade com os eleitores até aí desconhecida.
Com uma candidata tão mediática, as eleições em S. João da Madeira passariam a estar debaixo das atenções nacionais, o que se repercutiria em reportagens televisivas ou de outros órgãos de comunicação social. Isto seria do agrado do eleitorado local, que veria com bons olhos a projecção da cidade por todo o país.
Pela experiência profissional de Bárbara Guimarães, a sua envolvência no mundo do espectáculo e das artes, S. João da Madeira ganharia numa fase imediata em animação e atracção.
O desenvolvimento cultural de S. João da Madeira poderia ser finalmente conseguido e não passar de uma promessa adiada e com isso introduzir-se uma modernização no pensamento da sociedade local.
Terá este desafio cabimento na vida desta ilustre sanjoanense?
(a publicar no dia 30/10/08)