Após dois anos problemáticos, 2008 correu da melhor forma ao executivo liderado por Castro Almeida. O terceiro ano do seu segundo mandato ficou marcado por várias inaugurações. Estes actos, sempre do agrado das populações, prosseguiram dentro da lógica de cumprimento das promessas eleitorais de 2005. A concretização do Centro Empresarial e a inauguração do Parque, em conceito urbano, do Rio Ul, a exemplo do atrás referido, tiveram os maiores destaques, por motivos óbvios.
Pelo meio e de forma não dissimulada prosseguiu-se a resolução de problemas herdados dos últimos mandatos do anterior Presidente. Neste sentido, a abertura ao trânsito do túnel ligando a Rua 5 de Outubro à Rua do Brasil e o inicio das obras na denominada Rua dos “jeitos”, foram coerentemente os principais assuntos resolvidos. No passado havia sido o Pontão do Orreiro e a finalização em mandato anterior dos projectos municipais do Museu da Chapelaria, dos Paços da Cultura e inauguração do Jardim, com a sua inútil esfera, nas imediações dos Paços do Concelho.
O esforço hercúleo obrigou ainda no actual mandato à modificação do conceito da zona pedonal - com reposição de algum trânsito em algumas artérias contínuas à Praça Luís Ribeiro (embora no geral as alterações em nada resultassem) e ao controlo da dívida municipal herdada, através da venda de património municipal.
O Cinema Imperador adquirido pela autarquia local em 1999, comemorou 50 anos, não com a inauguração da Casa das Artes e da Criatividade (CAeC) mas fechado, degradado e com o anúncio do inicio das obras, para ficar o espaço pronto em 2010.
Para o futuro imediato anuncia-se o restauro do Palácio dos Condes, envolvido no negócio das Águas Municipais.
Refira-se que a criação da empresa da água foi um dos assuntos mais polémicos do último ano. A factura elevada, reclamada pelos munícipes, nunca foi considerada um problema pela edilidade local, ao longo dos demais anos. A situação recebida em 2001 - cobrança de valor por m3 elevado, acrescido da elevada taxa de alugueres de totalizadores - jamais foi ponderada e modificada pelo executivo municipal, de forma a facilitar a vida dos eleitores.
Antes pelo contrário.
O corolário da privatização, salvaguardando a manutenção dos actuais preços para os próximos quatro anos, prova que o valor pago pela água, actualmente e ao longo destes últimos tempos, estava de facto demasiado inflacionado.
Superado, ou em vias de o ser, os doze trabalhos do legado de Manuel Cambra (indicados ao longo deste texto a negrito, para uma melhor identificação), Castro Almeida demonstrou um forte sentido de gestão municipal, ao controlar os ímpetos dos seus acólitos mais preocupados em apagar os vestígios desse período existentes na cidade. Uma obsessão que inexplicavelmente ainda recebe novos adeptos. Superior a tudo isso, o presidente do executivo procurou ultrapassar as dificuldades e inesperadamente começa agora a fraquejar, ao ponderar deslocar o Centro de Artes de instalações, ou a admitir que ainda se questione a demolição do elemento arquitectónico.
No novo ano aparecem fortes possibilidades de se voltar uma nova página na história da cidade.
Antes disso, existem uma série de condicionantes para resolver.
Em primeiro lugar, o cumprimento do programa eleitoral estará sujeito a ses… ou a execuções para lá do actual mandato: a auto-estrada A32 só ficar pronta em 2010 e o vai-vem será em 2011, se houver fundos comunitários, além da mencionada CAeC para o ano.
Não se pode esquecer a árdua tarefa de analisar o acordo com o Ministério da Saúde, acerca da manutenção do serviço de urgência.
Acrescentando a isto, haverá uma atenção redobrada para outros assuntos que ameaçam tornar-se flops: a internet sem fios para todo o concelho e as obras do mercado municipal, traduzindo-se na implantação das barracas nas suas portas - anunciando transformar a Avenida Arantes de Oliveira, na nova rua dos “jeitos”.
A partir daqui aparecerá um novo projecto global para S. João da Madeira. A sua apresentação surgirá com as eleições autárquicas de Outubro, entretanto, vários tópicos foram já ventilados. Contudo, novas empreitadas serão divulgadas, como é apanágio quando são badaladas as promessas e os programas eleitorais.
As grandes novidades serão projectos virados para o exterior, dos quais alguns nascerão completamente desenraizados (Centro de Alto Rendimento, por exemplo).
Perante tudo isto, a população espera que a sua qualidade de vida se torne real, não sendo incomodada pelo excesso de obras de investimento municipal e pela diminuição do elevado índice de criminalidade existente na cidade. Um problema que nos começa a inquietar, não se verificando vontade política em o assumir.
(a publicar no dia 08/01/09)
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