Um interruptor é substituído por um sensor de movimento, permitindo a respectiva poupança de energia eléctrica. Solicitei essa melhoria durante anos e apesar de saber da alteração, não consigo deixar de observar à distância se as lâmpadas estão acesas. Não se trata de desconfiança, apenas um prudente hábito de economia, de tal forma enraizado no meu inconsciente, não me permitindo deixar de proceder a essa verificação a cada passagem por esse local.
Após nove meses de ano lectivo, os meus filhos ficam de férias. As rotinas diárias alteram-se. Novos horários, sem a menor preocupação com os seus afazeres escolares. No entanto, nestes primeiros dias das suas férias, ainda me preocupo com a hora de deitar, mesmo sabendo que no dia seguinte os horários a cumprir serão apenas para os progenitores.
Dezoito dias a seguir o campeonato do mundo de futebol, a fazer contas como defini em crónica anterior, à espera das surpresas. Entusiasmo com o excesso de jogos, sempre em dias sucessivos e de repente… surgem os primeiros dias de descanso.
Fica uma sensação de abstinência.
Daqui para a frente, falta a selecção portuguesa mas, mais do que isso, faltam os jogos diários. Começam as paragens no calendário, os jogos rareiam.
Os resultados diários dão lugar às discussões antigas: as imagens vídeo para avaliar lances duvidosos; a prestação do futebolista português mais mediático no colectivo nacional; o calendário pré-definido que colocará frente-a-frente algumas das melhores selecções do campeonato, ainda nos quartos de final.
Os próximos jogos serão mais apetecíveis, restando a dúvida se será desta que uma selecção europeia vence um campeonato do mundo, em prova disputada fora do seu continente. As outras questões como saber se o Uruguai será campeão 60 anos depois? Ou a Argentina, 24 anos depois da mão de Maradona? Ou até a própria Alemanha, 20 anos depois do penalti de Brehme? Ou se pelo contrário, o Brasil conquista o hexa? Podem criar emoção mas, nada se compara com a ideia do próximo campeão mundial ser um novo conquistador.
O futebol é jogado nas quatro linhas. As estórias associadas ao fenómeno, por vezes têm origem em locais estranhos, perdurando no tempo. Longe da África do Sul, num dos países injustamente afastados desta fase final, a Irlanda, surgiu a reacção mais divertida ao afastamento da França. Para quem não se lembra, a França conseguiu o apuramento frente à Irlanda com o golo procedido de mão. Após a derrota da selecção gaulesa frente ao México e ficando praticamente eliminada, os festejos nas ruas e bares de Dublin foram alargados para a televisão, com um dos apresentadores a aparecer com um sombrero.
E é isto! Na próxima semana termina este Campeonato e outros assuntos merecerão atenção.
(a publicar no dia 01/07/10)