quarta-feira, setembro 05, 2012

Medalhas, gravatas, baloiços e camisa.

            Após o mês de Agosto é penoso escrever. As férias pessoais, do jornal e da cidade provocam uma enorme inércia. Procura-se um raciocínio para desenvolver por umas linhas e o assunto é curto, não dando para um texto completo. Ainda sem ritmo para grandes crónicas, ou artigos de opinião e para não demorar mais os leitores neste parágrafo de introdução, publico notas soltas (lembrando outras outrora editadas no labor), resumo da minha atividade estival, em matéria de interesses:
 
      - A transmissão televisiva pela RTP dos Jogos Olímpicos de Londres surpreendeu-me pela positiva. Além do acompanhamento dos atletas portugueses, existiu a possibilidade de acompanhar os torneios de várias modalidades. Desporto a sério, momentos inesquecíveis, na melhor cobertura, até aos dias de hoje, do serviço público da televisão portuguesa ao maior acontecimento desportivo do planeta. Além disso, o interesse dos telespectadores nacionais foi canalizado para modalidades desportivas em franca progressão técnica no país, como por exemplo: a canoagem, o remo, o ténis de mesa e o triatlo (aqui devia fazer um parêntesis e alongar-me, só que…). Antes de fechar este capítulo e esquecendo a contabilidade das medalhas, uma palavra para a Ana Rodrigues. Felicitá-la pela sua participação honesta e esperar que a sua progressão desportiva, se concretize no próximo ciclo olímpico, tornando-a mais forte e especializada na prova em que participou em Londres, os 100 metros bruços. Força Ana, ao trabalho.
 
       - Ainda não tinham terminado as Olimpíadas, nessa mesma noite, o país político foi surpreendido com a análise do comentador Marcelo. Contrariando o sentimento generalizado da direita portuguesa, o professor despachou a ministra da Agricultura, Ambiente e outras pastas, para fora do governo. O reconhecimento das capacidades de trabalho de Assunção Cristas, a sua figura simpática, as suas convicções religiosas são predicados que agradam ao espetro da direita. A indignação que fui ouvindo reforçou a minha ideia: quando o ciclo Portas se encerrar, a atual responsável daqueles ministérios todos, será a grande candidata à liderança do seu partido e quem sabe, se não poderá ambicionar a outros importantes cargos… O professor Marcelo antecipando esse cenário e da forma calculista que o carateriza, tratou de propor a sua retirada antecipada da política. Ou será que a afronta ao professor é devida à informalidade decretada por Assunção Cristas, dispensando o uso de gravata, nos seus ministérios, durante o verão?
 
      - No regresso das férias a sul desviei-me para Vila Nova da Barquinha. A atração Almourol completou-se com a exposição coletiva de 13 artistas contemporâneos, patente nas margens do Tejo, na zona ribeirinha da vila. No jardim público, os modernos trabalhos partilham o espaço com baloiço, escorregão e outros aparelhos de parques infantis. Alguns dos consagrados artistas desenvolveram os seus trabalhos para a interatividade com as crianças. Este apelo atrai os mais novos. Não contemplam, não verificam materiais, nem soluções criadas. Pura e simplesmente trepam, saltam, deslizam e correm para outro. Extravasam as suas energias, experimentando as potencialidades dos trabalhos expostos e pelo meio do percurso no parque, lá aparece um verdadeiro divertimento infantil. Para baralhar.
 
      - Com camisa no corpo, indumentária do dia-a-dia em período laboral, leio que não há entendimento para a alteração à lei autárquica. Ou seja, os executivos camarários vão continuar a ser compostos por vereadores eleitos de acordo com o método proporcional, através das listas propostas pelos diversos partidos. Sempre me convenci que nada se alteraria. Também não acredito que a reforma da administração local seja concretizada. Embora, a considere extremamente necessária. Na ordem do dia, nesta matéria, a alteração e fusão de freguesias. A sul, um dado novo e preocupante, a Assembleia Municipal do concelho de Vila Real de Santo António votou favoravelmente a agregação dos municípios vizinhos de Castro Marim e Alcoutim, sem consultar os respetivos órgãos de soberania destes concelhos. Sobre esta matéria, volto a escrever um dia. Certamente.
 
(a publicar dia 06/09/12)
 

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