quarta-feira, dezembro 11, 2013

O princípio das causas atuais

                A regressão industrial, verificada na cidade nos últimos dez anos, permitiu melhorar a sua qualidade ambiental.
                A diminuição da pressão industrial teve como consequência a libertação de espaços no perímetro urbano. A legislação ambiental, por seu lado, cada vez mais rigorosa, implicou o encerramento de empresas com práticas poluentes, ou obrigou à deslocalização para zonas industriais.
Hoje, poucas são as indústrias existentes no centro da cidade. Das que existem, não são visíveis emissões gasosas, nem descargas de efluentes. Apenas subsistem os resíduos sólidos para os quais o Estado criou soluções de recolha, tratamento e valorização.
Está presente nas imediações da Oliva Creative Factory a cor ferrugenta, que a antiga metalúrgica emitiu nos seus últimos anos de laboração. Ficaram para o passado as cores, os vapores e os odores da ribeira da Buciqueira, no trecho situado a jusante da antiga Empesa Nacional de Chapelaria.
Do outro lado da cidade, existe um esforço municipal na despoluição das águas do rio Ul.
A circunscrição da atividade industrial às zonas existentes no lado nascente e sul da cidade, ficou bem definida com instalação, numa das margens do rio Ul, do parque municipal e com o futuro aproveitamento de outros troços ribeirinhos.
Dois exemplos de boas práticas ambientais promovidas pela autarquia, às quais se deve juntar a valorização dos resíduos separados nos ecopontos e a captação de fundos comunitários, para diminuição do consumo de energia elétrica em equipamentos públicos.
Reciclagem e redução, dois dos princípios da sustentabilidade ambiental.
O equilíbrio ecológico atingido na cidade marca o fim de uma era de industrialização descontrolada, sem cuidados com os recursos naturais, com contaminação de solos, com emissão de partículas poluentes, com o depósito de resíduos industriais e de outros provenientes da construção e também resíduos domésticos em qualquer floresta de acesso fácil.
Boas práticas poderão desenvolver a cidade para patamares ecologicamente sustentados. Idealizando-se a frota municipal maioritariamente com veículos híbridos, por exemplo. Por seu lado, os equipamentos públicos da cidade, a continuar o investimento gradual para a diminuição do consumo energético, podem tornar-se pouco dependentes. O mesmo pode acontecer com a iluminação pública noturna, a combinação entre sensores, painéis solares e micro aerogeradores serão suficientes para garantir a independência energética.
Projetos a longo prazo.
A reutilização é a chave do triângulo ecológico. Hábitos antigos que se perderam nos tempos modernos. O novo supera o reutilizado. Gastando-se recursos, ou não os aproveitando. Veja-se a água pluvial, entubada e encaminhada para o coletor intermunicipal, sem qualquer processo de decantação. Separadas, tratadas e armazenadas, essas águas poderiam servir para rega de jardins e relvados municipais. Ou mesmo, garantir o abastecimento às futuras hortas do projeto municipal, em tempos ventilado.
                O aproveitamento de algumas fontes é outra boa prática perdida no tempo. Um levantamento dessas nascentes é um regresso às origens rurais da povoação. Permitindo que se mantenha viva a história de S. João da Madeira, recordando as suas tradições, os seus costumes, que não se iniciaram no ano da emancipação concelhia.
                O mesmo acontecendo com o nome dos lugares. Bastou-me, no texto publicado na semana passada, ser um pouco mais provocante, na procura do lugar Escarigo em S. João da Madeira, que fui logo informado, que entre Casaldelo, Fontainhas e as Corgas, onde hoje se situam as ruas do Brasil e de Angola, ou seja abaixo de S. Estevão, esse lugar tinha precisamente o nome de Escarigo. Uma descoberta simples, possível de confirmar através da enciclopédia luso-brasileira da Verbo. Relativamente à ponte mencionada nas inquirições de D. Afonso III, vou tentar perceber a lógica dos lugares da cidade, para perceber a localização, no entanto, descobri que a palavra “terrenha” provém do latim e ao contrário do que eu pensava significa “luta”, o que muda todo o sentido do documento histórico.
                Feito o esclarecimento, resta agradecer a paciência dos leitores, pois tal como eu referi, as minhas investigações históricas são atabalhoadas. 
 
(a publicar no dia 12/12/13)

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