Esta semana, por o jornal ser publicado na véspera de Natal, não se consegue fugir muito à quadra festiva.
Acrescente-se que a edição é antecipada um dia, o que obriga a preparar os textos mais cedo, atirando o prazo para a madrugada de 3ª-feira, implicando com isso, que estas linhas estão a ser escritas numa noite de segunda-feira. Dos dias da semana, é a noite mais penosa para a criatividade. Normalmente, remeto essa noite para a preparação do texto semanal, procurando complementos para as ideias que precisam de ser trabalhadas, juntando informação para no dia seguinte, ou seja, em cima do prazo estipulado para a receção de textos pela redação do jornal, articular as linhas para o artigo a publicar.
Convém referir, para quem ainda não percebeu, que a preguiça me atacou por estes dias. Provavelmente por ser o primeiro dia de Inverno, ou por ser véspera de férias.
Contudo, proponho-me a escrever um mínimo de 2.500 carateres apropriados à quadra natalícia.
Até ao final deste parágrafo, já estarão escritos mais de 1.200, por isso tenho que começar a desenvolver o tema, sobre o risco de no final me alongar em demasia, como algumas vezes me acontece e dificultar a tarefa de paginação do jornal.
Vou apenas voltar atrás ao tema do solstício de inverno, no hemisfério norte. Adoro o dia. Não pela duração da noite mas, pelo fim do outono. Apesar das belas cores da estação, o tempo húmido não me permite respirar da melhor forma. Asmático, produzo muco em excesso nos dias chuvosos, por isso, quando o calendário anuncia os dias frios, com geadas matinais e dias secos, fico com outra predisposição. É certo que a primavera traz outras preocupações, só que a felicidade com a mudança da hora no último domingo do terceiro mês do ano, ajuda a superar as dificuldades respiratórias.
Faltam seiscentos carateres para atingir o tal mínimo pretendido.
Mais de trezentas palavras e nenhuma alusão a árvores e seus enfeites, presépios, decorações, músicas, filmes, anúncios de televisão, pratos e doces tradicionais e prendas.
Confesso que não gosto de bacalhau. Não suporto o seu cheiro, nem o sabor. Em especial da posta de bacalhau cozida. Existe a ideia, difundida por muitos, que o paladar se educa, aprendendo-se a gostar de certos sabores com a idade. No meu caso, não é assim. Cada vez gosto menos de bacalhau. Para isso, contribuíram os muitos anos de consoada em casa da avó materna, com a cozinha distante da sala e como éramos muitos, cerca de 40, das várias travessas a serem servidas, a que calhava aos mais novos, trazia a comida fria.
Uma hipótese com fundamento, que me permite hoje passar a ceia de Natal, a ver os outros a comerem bacalhau, enquanto eu me delicio com qualquer outra alternativa, sobretudo se for um naco de carne.
E com isto, ultrapassei o limite mínimo. Isto tem quase 500 palavras. Perto de 3.000 carateres e da quadra, apenas escrevi sobre comida.
Estou mesmo com preguiça. Reparo agora, preparo para lhe juntar a gula. Vou parar por aqui, corro o risco de discorrer sobre outros pecados capitais e esses, não ficam enquadrados.
Sempre foram mais umas linhas do que o previsto e mais 800 carateres do que a quantidade que tinha planeado. Pode ser que tendo mais corpo, seja favorável à paginação do jornal.
Passo a despedir-me, desejando Boas Festas aos leitores, assinantes, anunciantes, redação e diretor do jornal labor.
(a publicar no dia 24/12/14)