quarta-feira, julho 15, 2015

A reabilitação da Rua da Liberdade

 

                Sensivelmente há um ano, ao debruçar-me sobre as obras da Rua da Liberdade, verifiquei que não existia relação causa – efeito entre a empreitada municipal e a abertura de lojas.

                Em Julho de 2014, a parte intervencionada, mais a nascente, ou aproveitando a cota, a parte inferior, tinha sido sujeita a reabilitação, com demoras e várias críticas e no final, os espaços comerciais que estavam encerrados antes do início da empreitada, permaneciam no mesmo estado. Convém relembrar que nessa intervenção reintroduziu-se o trânsito naquela artéria, criando bolsas de estacionamento.

                Em contraste, na parte superior da dita rua, mais próxima da Praça Luís Ribeiro, a intervenção resumiu-se a retirar os chapéus de ferro, melhorando o aspeto visual e a perspetiva do arruamento. Nesse período analisado, abriram três espaços comerciais.

                Recorri a este indicador, de aberturas de lojas, verificando que ainda era cedo para analisar a tal relação causa – efeito da empreitada municipal.

                Um ano depois, apesar da letargia reinante na Rua da Liberdade, muita coisa mudou.

                Na parte inferior, com bolsas de estacionamento, reabriram lojas. E melhor, não fechou nenhuma das existentes. Embora subsistam alguns espaços sem inquilino.

                Comparando com a metade superior, no último ano fecharam três lojas. Não esquecendo que havia já duas encerradas, verifica-se que o panorama é desolador.

                Um ano e meio depois das referidas obras, já é possível verificar uma tendência: a reintrodução de trânsito e estacionamento permitiu revitalizar uma parte da Rua da Liberdade.

                As lajes áridas de granito, enquadradas pela calçada bem portuguesa, não são um grande atrativo. Em especial, com um sentido de trânsito sem saída, ou de retorno ou ponto de entrada.

                A zona pedonal, ou o que resta dela, tem que se ajustar à procura.

                A proximidade do estacionamento foi sempre reclamada pelos comerciantes. Muitos deles, fugiram do centro, instalando-se na Avenida Renato Araújo, por entenderem o modo operatório dos seus clientes, sempre forçando a circulação automóvel até à porta da loja, arriscando multas por estacionamento indevido.

                Dentro desta lógica e de acordo com a evidência da reabertura de lojas devido à reabilitação municipal, seria importante retomar as obras na Rua da Liberdade. Fluir o trânsito ascendentemente e reintroduzi-lo a sul da Praça Luís Ribeiro, parece ser inevitável. Ligar à Rua do Visconde, ou Rua do Dourado, não escandalizará ninguém. Transferir os lugares de estacionamento, existentes na confluência dessas ruas, mais para o centro da Praça, aumentando o seu número, não cria qualquer conflito e até permitirá corrigir alguma falta de mobilidade.

                Com isto amplia-se o acesso à zona comercial, condicionando o trânsito a uma faixa de um só sentido. Permitirá aumentar o estacionamento e ao mesmo tempo, criar zonas de mobilidade ampla para pessoas com necessidades especiais. Um corredor bem no centro da Praça.

                É evidente que isto seria um remendo, caso a ambição seja, de uma vez por todas, retirar o Elemento Arquitectónico da Praça, a Rua da Liberdade deveria ligar a Norte, à Rua Oliveira Júnior, rasgando a Praça em dois lados: um com as suas esplanadas e demais comércio e o outro com várias hipóteses, uma das quais o badalado parque infantil.

                Daqui a uns anos, cá estaremos para ver a solução e verificar a repercussão que a mesma teve no comércio tradicional. 

                 O importante é programar a obra mais simples para os próximos meses.

 

(a publicar no dia 16/07/15)