Nas últimas semanas tem-se escrito repetidamente sobre a hipótese de convocação de eleições autárquicas antecipadas, no concelho de S. João da Madeira.
O assunto está a fervilhar e parece ser iminente a concretização da ameaça.
Afinal, o que falta?
À primeira vista, o calendário eleitoral, com as eleições legislativas no próximo mês de Setembro, condicionará qualquer aventura.
Analisando a envolvência de militantes, das diversas concelhias partidárias, na política nacional, pode-se arriscar que haverá alguns deles que serão candidatos a deputados pelo círculo de Aveiro, em posição de serem eleitos.
Mais arriscado será diagnosticar a posição de cabeça de lista para alguns desses mesmos militantes, em especial, nas forças partidárias do arco governamental. Destaque neste capítulo, para a posição atribuída a Moisés Ferreira do Bloco de Esquerda, cabeça de lista deste partido, pelo círculo de Aveiro.
Perante todo este jogo de bastidores, as concelhias até ao princípio de Outubro estarão a preparar as candidaturas, a promover as campanhas eleitorais e por isso, mesmo que algum prestigiado militante fique melindrado por não ser candidato a deputado, o processo de provocar eleições antecipadas na autarquia ficará adiado.
Chegados a este ponto, analisemos o que pode acontecer a seguir às eleições legislativas, ou seja, com cenário de vitória da atual coligação governamental, ou o oposto, a vitória do PS.
A premissa é a mesma, haverá alguns prestigiados militantes das concelhias locais, que poderão ser convidados para secretários de Estado, chefes de gabinete, ou para outros cargos na Administração Central. Poderá haver convites para ministro? Não me parece.
Qualquer um dos cenários atrás mencionado é possível de se concretizar, já que as últimas sondagens previam um empate técnico, com incerteza quanto ao vencedor.
Na hipótese de vitória nas eleições legislativas da coligação PSD / CDS, tudo indica que os destacados membros das concelhias locais continuariam centrados em Lisboa, em cargos semelhantes aos ocupados até ao momento.
Pelo histórico dos últimos Governos do PS, o cenário de vitória deste partido nas legislativas de próximo mês de Setembro / Outubro levará ao novo Governo membros da concelhia de S. João da Madeira.
Este último cenário, colocará em Lisboa militantes e dirigentes da concelhia do PS e por outro lado deixará desocupados ou em cargos de menor prestígio alguns dos atuais governantes. Neste caso, a pressão partidária para convocar eleições será imensa. A implosão será inevitável.
O outro cenário deixará a Câmara Municipal em idêntica constituição. Poder-se-ia pensar que as eleições não seriam antecipadas tão cedo, no entanto, a hipotética recuperação do eleitorado de direita na vitória da coligação nas legislativas, dará um novo alento ao PSD para ir a votos em S. João da Madeira.
Dois cenários, igual desfecho. Em 2016, haverá eleições intercalares em S. João da Madeira. A dúvida que fica é se os protagonistas serão os mesmos, ou caberá a outros ir a votos.
(a publicar no dia 9/7/15)