A lotação esgotada nos debates organizados no auditório do Museu de Chapelaria, pelo Fórum “Re:pensar a cidade”, é demonstrativo da vontade da população em participar na vida ativa da cidade.
Uma oportunidade de rever conterrâneos. De ouvir vozes amigas, de trocar ideias. De dialogar no antes e depois do Fórum, sobre os temas debatidos, ou com conversas inacabadas de outrora.
No debate sobre Animação Cultural para mais cidade, cujo relato não me compete transmitir e cujas conclusões serão colocadas em local apropriado, isto é, no site do referido Fórum, houve muita adesão e bem pertinentes foram as questões daqueles que ousaram interpelar o painel de convidados.
O saudosismo esteve patente na maioria das intervenções: a visão do coletivo - do associativismo de antigamente até ao isolamento atual; os relatos das realizações individuais; ou o enaltecimento dos equipamentos culturais para a difusão e democratização da cultura na cidade. Esta apresentação não corresponde a qualquer cronologia das intervenções efetuadas.
O passado.
A perspetiva bem portuguesa para fazer a ponte para o futuro.
Uma ideia prevaleceu dos depoimentos, não existe projeto comum na cidade. Não existe política cultural estruturada, defendeu, reforçando a ideia, a professora Cristina Marques.
Neste campo, em que é necessário lançar políticas de regeneração do espírito comunitário, Francisca Abreu – vereadora da CM de Guimarães - explicou os vários passos efetuados naquela cidade, iniciando-se com uma simbólica replantação de uma oliveira, na praça com o mesmo nome. A partir daí, a reabilitação dos edifícios históricos, a recuperação das ruas e praças da cidade, alojando-se nestas vários serviços públicos, foram etapas naturais do evoluir da reforma social municipal.
Observe-se a política municipal para o centro de S. João da Madeira. Extremamente centrifugadora nos últimos anos. Tudo tem sido retirado da Praça Luís Ribeiro. Ao ponto de descaraterizar a cidade. Perdeu-se o espaço de encontro, exclamou com propriedade a já citada Cristina Marques.
Nada tem sido feito para cativar a comunidade a regressar à Praça.
Sem pessoas, sem contactos, nem afetos, seremos uma sociedade fantasma.
(a publicar no dia 29/11/12)
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