Coloquei duas questões nas páginas do labor da semana passada, referentes ao Turismo da região do Entre o Douro e Vouga, prometendo responder-lhes na presente edição: Existem produtos estratégicos para ocupar um turista durante pelo menos um fim-de-semana? Existem produtos regionais para serem comprados pelos turistas, incluindo produtos gastronómicos?
Pode-se responder a ambas as questões, enumerando os pontos de interesse turístico dos vários concelhos, integrantes da região.
Assim, temos em Santa Maria da Feira: o altaneiro castelo, uma aldeia típica nas margens do Douro, os núcleos museológicos do papel e da cortiça, o exotismo ornitológico em Lourosa, o centro de ciência Visionarium e o castro de Romariz. Como oferta de produtos para os turistas, temos a doçaria regional, onde se destaca a fogaça.
Em Arouca temos o convento com o Museu de Arte Sacra, as águas do rio paiva e dos seus afluentes, o geoparque com as suas trilobites e as pedras parideiras, os passeios pedestres, a serra da freita, as aldeias típicas em xisto. A raça bovina arouquesa é o principal atrativo gastronómico do concelho, complementando-se com os doces conventuais, incluindo um pão-de-ló curiosamente húmido.
Em Vale de Cambra é menor a oferta turística, aldeias com casas de xisto onde existem percursos pedestres e praias fluviais a merecerem o maior destaque.
Oliveira de Azeméis esqueceu-se de modernizar o conceito da Casa Ferreira de Castro, no entanto, através de um produto regional único, o pão de Ul, tem sustentado a sua oferta turística. Primeiro através do parque molinológico, instalando percursos pedestres na povoação e mais tarde, transformando Ul em aldeia típica de Portugal.
S. João da Madeira oferece o Museu da Chapelaria, os seus circuitos pelo património industrial e claro, a venda de alguns produtos incluídos neste conceito turístico.
Uma vasta oferta turística, todos juntos, os concelhos podem ser um produto de integrado turismo: património militar, histórico e religioso, turismo na natureza, núcleos museológicos, centro de ciência e conhecimento, além dos inovadores conceitos de turismo industrial e turismo educativo, este invocado pelo geoparque. Tudo encaixado pela oferta gastronómica da região, como atrás referido.
A proximidade geográfica permite a um visitante completar o seu programa de fim-de-semana, procurando outras experiências turísticas, com curtas deslocações e enriquecendo o seu tempo de lazer. Para isso, é necessário criar um conceito regional comum em termos de turismo, para os cinco concelhos do Entre o Douro e Vouga, à semelhança do trabalho a ser desenvolvido pela ADRITEM – associação de desenvolvimento rural integrado das terras de santa maria. Nada serve ter conceitos inovadores, senão tiverem escala. A escala regional só se adquire com objetivos comuns. Uma nova dinâmica para a Associação de Municípios desta região, que pode ser enquadrada num futuro quadro comunitário de apoio e daí se conseguir o financiamento necessário para articular o turismo regional e dotá-lo de outra dimensão.
O texto já vai longo e por isso, a parte final desta dissertação sobre turismo, precisamente sobre a capacidade do Turismo Industrial se tornar ele próprio um produto integrado, ficará para uma próxima oportunidade.
(a publicar no dia 11/04/13)