O Turismo Industrial, lançado nos últimos anos pela Câmara Municipal de S. João da Madeira, evoluiu da fase embrionária - com a criação do conceito, a adesão de empresas, o estabelecimento dos circuitos pelo património industrial, até uma nova fase, de aproximação da cidade ao conceito turístico, transformando as empresas em palcos de concertos, ou em locais onde se declamou poesia e claro, dando oportunidade aos seus trabalhadores de exprimirem as suas capacidades artísticas, como foi o caso do grupo coral da Heliotextil.
Os números divulgados, por ocasião do primeiro aniversário do Turismo Industrial, permitem classificar esta iniciativa de sucesso, com nota muito boa. No entanto, está por estudar o impacto deste turismo na economia local, nomeadamente ao nível dos canais tecnicamente designados por HORECA – Hóteis, Restaurantes e Cafés. Sem esquecer o comércio, de qualquer tipo.
Existe uma barreira entre o Turismo Industrial e o turismo familiar, que apenas aos fins-de-semana e nas suas férias tem oportunidade de viajar - dispondo de tempo para visitar outros locais. A incompatibilidade de horários é um problema.
O grande objectivo do turismo é atrair mais visitantes à cidade.
Para isso é necessário criar um efeito diferenciador, com base em harmonia entre as iniciativas a promover e o conceito turístico.
É sobre este eixo que é necessário complementar o conceito de turismo industrial. Suportando-se no posicionamento exclusivo do conceito e dos vários produtos. A tradição industrial do concelho, os seus produtos esquecidos na história: cera, máquinas de costura, banheiras, torneiras, colchões, além dos artigos de chapelaria, passamanarias e calçado, entre outros, permitem alargar o envolvimento comunitário, potenciando qualquer evento de recriação histórica que se ouse organizar. Para se conseguir uma cobertura mediática positiva, é preciso um certo exotismo, algo conseguido com a utilização maciça pela população de um dos produtos exclusivos atrás mencionados, por exemplo, os chapéus.
A extensão do conceito de turismo industrial à gastronomia tem sido utilizado, através da realização de um festival num único fim-de-semana, no entanto, seria preferível incluir na ementa semanal de alguns restaurantes, tal como é utilizado, com outros pratos típicos da região. A oferta gastronómica pode ser desenvolvida com inovação, com a introdução na comunidade de nomes dos produtos industriais. Exemplificando, as pastelarias locais poderiam concorrer para a criação de bolos chamados capeline ou tamanquinhos, de tamanho apropriado, com formatos iguais aos produtos.
Em matéria de novas “portas” de entrada na cidade, utilizando-se as potencialidades do concelho, em tempos idos, confidenciei a pessoas amigas um conceito a explorar, directamente ligado ao turismo do conhecimento. Relacionava-se com a instalação de um borboletário nos jardins do Palacete dos Condes, propondo ainda uma ala para estudo das traças, essa praga associada ao têxtil e obviamente à chapelaria.
O conceito de turismo na natureza, em ambiente urbano, poderia desencadear através de uma parceria, com um investidor privado, na criação de uma pista permanente de downhill na zona dos antigos moinhos de Casaldelo, podendo-se estender os divertimentos a slide assim para o gigantesco, aproveitando-se a encosta deste lugar para nascente.
Ideias desenvolvidas nos últimos meses, que optei por divulgar em exclusivo aos leitores do labor e que completam os meus textos alusivos ao turismo, que fui publicando neste jornal.
(a publicar no dia 02/05/2013)
Sem comentários:
Enviar um comentário