O ano termina hoje. O calendário obriga à apresentação do balanço da actividade política de S. João da Madeira.
O ano de 2009 ficou marcado pelas eleições autárquicas. Não pelo resultado, espectável, sem grandes surpresas, por isso, não sendo assunto apelante.
Da invulgaridade dessas eleições destaca-se as leituras surgidas, no imediato, mais vocacionadas para a sucessão do actual Presidente, antecipando o que só acontecerá em 2013.
A constituição das listas do partido vencedor das eleições tornou-se no primeiro acto dessas conjecturas. A ausência de determinado vereador compensada com a inclusão, em lugar de destaque, de um empresário local passou a ser alvo das mais variadas interpretações. Tudo foi examinado. No inicio, as preocupações estavam centradas na hipotética chamada para o Governo do cabeça de lista. Depois de infundadas pelo resultado eleitoral das eleições legislativas, as apreensões viraram-se para a atribuição da vice-presidência autárquica. Como a lógica partidária imperou e nada de especial aconteceu, a distribuição de pelouros, tranquila e sem surpresas parecia ser o último acto da formulação de hipóteses para a sucessão. No entanto, uma série de noticias relatando o desempenho político de deputados nacionais eleitos pelo distrito de Aveiro, onde se inclui o atrás referido antigo vereador, veio alimentar a tese supramencionada no anterior parágrafo.
Do lado da oposição, o ano de 2013 é fundamental. Em primeiro lugar, pela necessidade de rectificar os últimos resultados. Em segundo lugar, pela oportunidade de concorrer em igualdade de circunstâncias com o partido que lidera o executivo camarário, desde 2001. Pela amostra dos primeiros meses do actual mandato, o PS é único partido da oposição que está a preparar-se para a maratona. Mais participativo, pretendendo ver as suas propostas eleitorais incluídas em Orçamento, faltando apenas quantificá-las para tecnicamente melhor defendê-las, é visível um estado mais afoito, contrastando com a letargia a que esteve submetido nos últimos oito anos. Se a tudo isto juntarmos propostas alternativas, bem fundamentadas, pode-se dizer que em 2013, tudo será mais sério.
Até lá, passando já para as projecções do próximo ano, o executivo camarário terá que cumprir as suas promessas eleitorais. Cumprir o seu plano de obras, inspeccionar a execução de empreitadas lançadas e esperar pelo cumprimento de promessas do Estado, feitas por antigos governantes. Neste inicio de legislatura atribulado, com a oposição parlamentar cheia de vontade de corrigir decisões do Governo anterior, seria uma terrível ironia que a auto-estrada A32 fosse vetada no parlamento.
Nem só de obras vive a população.
O orçamento municipal, com o respectivo plano de actividades, continua a ser preparado como carta de intenções, ficando sem se perceber quais dessas ideias serão reais para a autarquia. O que é lamentável, por razões de rigor e também pela expectativa criada durante o último ano, em que a acção social foi eleita como a grande preocupação municipal.
Por agora as atenções estão concentradas no imbróglio criado em volta do Hospital.
Tudo demonstrando que a perspectiva para próximo ano não será muito animadora, como o próprio Presidente da Câmara admitiu recentemente.
Não posso terminar sem desejar a todos os leitores votos um Bom ano de 2010.
(a publicar no dia 31/12/09)
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