quarta-feira, dezembro 30, 2015

Um ano não resolvido

                No balanço do ano de 2015 é importante destacar os acontecimentos que marcaram a vida local.

A devolução, pelo Estado, do Hospital à Santa Casa da Misericórdia em Julho e meses mais tarde, a marcação de eleições municipais intercalares, foram os acontecimentos políticos do ano.

Um ano que arrancou com a ressaca de três milhões desperdiçados pela maioria da vereação, que não soube aproveitar o financiamento garantido, para obrigar a construir-se uma piscina coberta, tão necessária para a população local e dos arredores.

Esta amputação do bem estar dos cidadãos, privados de receber um moderno equipamento necessário para atividades físicas, treinos desportivos, que permitiria oferecer uma melhoria das condições de saúde da população, estava ao alcance dos vereadores eleitos.

No processo do Hospital, onde se procurou um consenso generalizado ignorando a proprietária do espaço, precisamente a Santa Casa da Misericórdia, havia outros pressupostos: uma governação com uma reforma do sistema nacional de saúde, liderada pelo então ministro Correia de Campos, em que se impôs uma racionalização dos meios hospitalares, atendendo às pretensões das autarquias, logo das populações, isto a partir de 2005 e um segundo pressuposto, iniciado numa fase posterior, da devolução às Santa Casas dos Hospitais nacionalizados em 1974. Segundo a imprensa local, o processo terá sido iniciado pelo então secretário de Estado, Manuel Pizarro, alguém que com frequência visita a cidade.

Toda a contestação, verificada ao longo de 2015, peca por tardia e chega fora do contexto partidário do PS, quando exerce responsabilidade de Governo e sobretudo, do seu sentido de Estado.

                Apesar da intenção desse mesmo Estado, em devolver à Santa Casa da Misericórdia a gestão do hospital, existem dúvidas que serão esclarecidas, nos primeiros dias de Janeiro, pelo Tribunal de Contas.

                É também em Janeiro que ficará resolvida, democraticamente, a questão da composição da vereação. A 24 de Janeiro, os eleitores serão chamados às urnas para votarem nas eleições intercalares. Todos os cenários estão em aberto. É a grande certeza de um processo eleitoral.

                Para a memória futura fica o registo dos últimos dias da anterior vereação e a pretensa confusão, por desconhecimento da lei, da constituição da comissão administrativa. De tal forma, que ainda hoje, apesar de a referida comissão ser composta por apenas 5 elementos, alguns dos ex-vereadores ainda são referidos como titulares do cargo.

                Outro registo curioso, verificado em vários textos de opinião e não só, é a interpretação do conceito de democracia. Pedir aos eleitores que decidam o futuro da presidência e da vereação municipal foi apelidado de tudo. Um pouco de humildade ficava melhor a quem escreve, reconhecendo o próximo ato eleitoral, como a verdadeira prova de esclarecimento sobre o que se passou na cidade, desde 2013.

O número de concorrentes às eleições intercalares é um sinal dos tempos atuais, pós bipartidarismo. A dispersão de voto fica garantida, apesar de haver fortes indícios de apenas duas forças políticas conseguirem mais de 2.000 votos.

Se 2015 é um ano não resolvido politicamente, também noutras áreas há vários assuntos que ficam para 2016. Vou destacar apenas dois de âmbito desportivo. Por um lado, o regresso aos Jogos Olímpicos da Ana Rodrigues. Os tempos obtidos na época de retorno à AEJ, permitem ter esperanças, que tal como, em Londres - 2012, em 2016 esta atleta estará no Rio de Janeiro. Nos próximos meses os tempos mínimos de acesso aos Jogos serão certamente obtidos e reconhecidos. O outro apontamento desportivo, do balanço do ano, que hoje termina, está relacionado com a equipa sénior masculina de basquetebol da ADS. Pela segunda época consecutiva, os últimos segundos dos jogos decisivos têm sido terríveis para a formação sanjoanense. Espera-se uma inversão na presente época e que os últimos jogos da presente época tenham um desfecho favorável às cores alvinegras e a tão desejada subida de divisão seja atingida.

Um último parágrafo para desejar um excelente ano novo aos leitores.

 

(a publicar no dia 31/12/15)