A actividade da política local no ano de 2007 foi marcada por factores exógenos. A alteração e animação do quotidiano da cidade deveu-se a relações com entidades de índole nacional, que marcaram fortemente o ano que agora termina.
O impasse nas negociações com o Governo actual foram o ponto negativo, por não terem sido profícuas para a Cidade.
Os grandes assuntos pendentes do ano anterior (Encerramento das Urgências, construção e ligação à A32, aplicação na Linha do Vouga de vaivém) não se alteraram. As últimas notícias vindas a público relativamente a estes assuntos, demonstram que a crença, em se obter uma solução adequada à pretensão dos Autarcas locais, é cada vez menor. A prova disso são as verbas orçamentadas para o ano de 2008. Às dúvidas colocadas na Assembleia Municipal de 13 de Dezembro, o Presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira adiantou que a concessão da A32 não previa a construção da ligação a Ovar. Uma atitude que difere com a sustentada no passado, quando se procurava saber em que situação estava a ligação por auto-estrada ao Porto. Desta vez, houve vontade em trazer más notícias em primeira mão. Do encerramento das urgências, processo que a oposição política habilmente delegou a responsabilidade negocial no Presidente da Câmara, a convicção é que qualquer dia terá data marcada. O Ministro da Saúde contínua firme na ideia de transferir responsabilidades para os Centro de Saúde e para os médicos de família. Os próximos tempos deverão ser decisivos, até porque os serviços de Urgência do distrito de Aveiro com o encerramento previsto, já começaram a fechar.
Se no campo político, a grande acção da oposição foi engavetar o Presidente da Câmara, uma ajuda maior e preciosa foi obtida em matéria de acções judiciais. Por um lado, o capital político adquirido do processo que visava Teresa Correia, por outro, em processo ainda sem desfecho e este já envolvendo directamente o Presidente da Câmara, o poder autárquico foi beliscado pelo poder judicial. Estes processos trouxeram um outro factor importante, clarificaram perante os eleitores os negócios privados do Dr. Castro Almeida, o que foi extremamente importante para terminar com insinuações.
Neste panorama, o Dr. Castro Almeida encetou uma fuga para o futuro. Em termos de política local, procurou algo diferente do que apresentar Planos de Actividades repletos de conclusões de obras, inaugurações, lançamento a concurso público, ou início de empreitada. A apresentação em Outubro através do Engº. Mira Amaral do Plano de Inovação: “S. João da Madeira 2015” conseguiu trazer algo diferente de uma sucessão de pretensas obras municipais, com co-financiamento do Estado. Provavelmente não muito bem assimilado pela totalidade da população, este é um importante projecto que pode ajudar a alavancar a transformação da economia local, tornando-a mais competitiva.
Um autarca sabe que tem um contrato de quatro anos com os seus eleitores. Está a prazo no desempenho da sua função. Com a alteração da Lei, impondo a limitação do número de mandatos, sendo impossível aos autarcas cumprirem mais de três, o edil local tem a sua carreira política para rever. No máximo será autarca em S. João da Madeira a médio prazo, por um período de 6 anos. Desta forma, seguindo a ambição de outras figuras do seu partido a exercerem funções de Autarca, tornou-se figura nacional e consagrou-se como a voz da contestação ao líder populista do Partido Social Democrata.
Bem sei que muita gente espera com esta projecção política de Castro Almeida, que o Governo actue de forma diferente com a Cidade. Ambiciona-se que o seu protagonismo pessoal seja traduzido em melhores relações com os Ministros (não apenas com secretários de Estado) e que o concelho consiga inverter a tendência recente de perda de valências e de investimento público.
O próximo ano ficará caracterizado pela capacidade de afirmação na política nacional do Dr. Castro Almeida. Obviamente, a capacidade de execução enquanto Autarca estará em análise. A mediatização conseguida na imprensa pela cobertura por banda larga, dando acesso gratuito à internet, em todo o território geográfico deste concelho, foi o arranque. O plano de actividades para 2008 promete inaugurações várias e a resolução de problemas antigos da Cidade. Nada com direito a projecção nacional. Apenas e só a inauguração do Centro Empresarial e Tecnológico, desde que previamente dinamizado, poderá ter o efeito pretendido.
Estando já em campo de projecções, desejo um Bom Ano de 2008 a todos os leitores.
(a publicar dia 28/12/07)